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cronicas-->1970 - Aranha -- 06/12/2015 - 15:31 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Em setenta, aos meus dezesseis eu tive uma inflamação no pé direito perto do dedinho e na minha inocência fui espetar com uma agulha. Resultado é que inchou, ficou feio e dolorido com duas marquinhas e não é que minha mãe e a vizinhança toda concluiu que fui picado por uma aranha. E, olha, das mais horrendas do mundo, pois inchou muito, tornando a história da aranha quase real. Ainda bem que uns três dias após, aquele inchaço veio a furo e foi mais de bom, nada de aranha e a meleca vazada sarou aquilo tudo. Deu até para eu jogar a minha célebre única partida de volei, na última sexta-feira de aula aquele ano.

Pode ser por isso que não gosto de aranhas, não chegando a ser uma aracnofobia, que é o medo, a fobia de aracnídeos. Talvez a fobia mais extensa por animais, mas não sou tanto assim, só que não posso ver uma aranha e deixar de dar uma sapatada nela. O medo não é pra menos, dêem uma olhada numa tarântula de vinte centimetros e entenderão, eu não quero nem ver e basta uma pequenininha para incomodar.

Não reclamo de jeito nenhum já que ter quintal em São Paulo é uma dádiva e poder vivê-lo mais ainda; no meu caso quase uma chacrinha, onde as cachorrinhas Ivete e Susy são as verdadeiras donas. Menos das aranhas, que não dão bola e sobram para mim. Normalmente uma tipo qualquer delas faz sua teia e fica paparicando suas aranhinhas entre as árvores, na altura certa para eu entrar de rosto e tudo, quase um gol de bola e tudo. Ano passado só por Deus eu não dei com os dentes numa delas, já armada para o bote fatal. Caí de vez para trás e saí moendo. Fui me armar com Raid, Baygon ou coisa assim e uma vara. Gelei a tal, esvaziando um tubo de inseticida, além de dar umas pancadas.

Da meia dúzia de irmãs dela, preciso de outra página inteira para contar, mas dei conta e acabei com as teias todas, claro que um caminhão desses rodiasóis ajudou e hoje, não desço ao quintal sem um pedaço de pau, fazendo vai e vem entre as árvores. Me pélo de medo só de pensar naqueles fios gosmentos impregnando meu rosto e a caranguejeira me olhando e dizendo: ah ah, só nós dois...

O Wikipédia diz que theraphosidae é uma família de aranhas, que inclui as tarântulas, ou caranguejeiras, de pernas longas, duas garras e corpo revestido de cerdas, tamanho e aspecto sinistro, podendo atingir até trinta centimetros. De arrepiar não, mas incrível elas não são perigosas ao ser humano e se um loucão quiser pode criar uma como animalzinho de estimação. Já vi isso em filme americano.

Para mim, todas as aranhas são enoorrrmeeess e fora as que dão nas árvores aqui de casa, descobri outras que dão em banheiros. Pelo menos foi o que ouvi da Edna – Inho, está cheio de aranhas lá no banheiro do quintal. Espertamente não fui ver até ontem, quando fui obrigado desse jeito – Ó, já joguei veneno e agora vá lá e limpe tudo, tome aí os tubos de mais veneno e se vira. Tava cheio de outro tipo, umas pequenas e pernudas. E eu tal qual um mocinho de cinema saquei dos tubos e sapequei nas bichinhas. Devo ter acabado com elas e com as formigas também.

Aranha tem no mundo inteiro e praticamente se adapta a todos os habitats terrestres, normalmente com oito pernas e muitas venenosas, as pequenas as piores. Não quer aranhas, mude-se para a Antártida, que só tem gelo. E olhando sobre aranhas no Google, olhem que notícia ótima para nós – “Se as aranhas já eram assustadoras nas paredes ou em suas teias, as coisas acabam de piorar, pois pesquisadores descobriram na Floresta Amazônica uma espécie que consegue voar...” Tem mais informações nesse texto, mas neste domingo seis de doze de quinze, não li mais nada e saí correndo pegar veneno, um pedaço de pau e olhar as minhas costas, pra ver se não tem nenhuma a usando como aeroporto.


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