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Artigos-->Eutanásia, porque escolher? -- 30/09/2003 - 14:46 (Martha Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Eu nunca verei este livro porque eu morri em 24 de setembro de 2000 [...]. Desde aquele dia, eu não vivo. Me fazem viver. Sou mantido vivo. Para quem, para que, eu não sei. Tudo o que eu sei é que sou um morto-vivo, que nunca desejei esta falsa morte", escreveu Vincent. (VINCENT HUMBERT, tetraplégico em um acidente de carro, que morreu recentemente).









Algumas vezes somos surpreendidos por notícias que nos trazem a consciência e a veracidade da morte.

Não estou aqui para fazer apologias, mas apenas para mostrar minha posição e o meu pensamento quanto a este assunto tão importante. Nunca devemos nos omitir de uma opinião mesmo que ela seja contrária a tudo e todos.

Quantas não foram as vezes que ao tomar conhecimento de atitudes como a de Marie Humbert, mãe deste jovem, de tentar ajudar o filho a partir, sem sofrimentos mais. Quantas??? Inúmeras sem dúvida alguma. E o que ficamos pensando nestes momentos?

Questionamos essas atitudes, ou desejos expressos de quem precisa livrar-se do sofrimento, ou de não ver mais alguém que amamos muito, que era cheio de vida, que tinha independência e liberdade, e tem ainda muitos direitos que lhe são negados pela condição de terminalidade ou de absoluta incapacidade de fazer algo por si só.

Um dos direitos mais sagrados do ser humano deveria ser sempre respeitado: o DIVINO DIREITO DE DECIDIR SOBRE A SUA VIDA.

Aqui, entra a questão mais básica da existência humana, qual seja, de que o ser humano em si pode e deve tomar decisões e exigir que sejam obedecidas.

Certo, mas e quem tem a coragem de tirar a “vida” de alguém a quem ama e admira? Qual de nós mortais tem força suficiente para aceitar, executar e depois conviver com isso? Estamos preparados para este fato? Queremos mesmo ficar sem a presença física deste ser que amamos? E como fica a alma imortal que tudo assiste? Tudo vê, e tudo sente?

Pois são questões a serem bem pensadas e analisadas, simplesmente dar respostas não bastaria, as ações é que definiriam o comportamento antes, durante e depois numa decisão desse porte.

Outra questão que se faz necessária: temos este direito de decidir sobre a vida e a morte de quem amamos? Não estaremos de certa forma exercendo direito divino?

Aqui cabe outra análise muito própria pois se a pessoa manifesta o desejo, até porque está consciente e goza de domínio sobre as ações, não deveríamos no mínimo estarmos cumprindo com a realização desse desejo? Livre arbítrio seria o caso? Eu decido, mas quem deverá fazer é outra pessoa pois quem decidiu, não o faz sozinho.

E quem o fará? Estará preparado para fazê-lo, ou seja, abreviar o sofrimento de alguém por piedade, amor, ou seja lá qual for a palavra, é uma decisão que vai atuar como um dominó em nossas vidas, será progressivo e para sempre.

Cabe ainda o sentimento de dor, por ver um ente que amamos sofrendo e definhando pois os recursos estão esgotados. Me pergunto: onde estariam estes recursos?? Como estariam sendo aplicados? Quem decide que tudo acabou? E como acabou?

Pois é isso mesmo, contraditório e ao mesmo tempo tão simples. Dessa forma, a única saída que nos resta é descobrir a melhor forma de morrer, basta ver que a justiça condena quem tenta ajudar.

Deixemos de ser hipócritas, encaremos a verdade, pois neste mundo globalizado onde as pesquisas sobre saúde não são levadas muito a sério, ou são substituídas em detrimento de pesquisas que rendam bom dinheiro, de repente faz-se necessário rever conceitos e padrões.

Nesta busca de solucionar um problema chamado Morte Digna como alguns descrevem, eu me reservo o direito de opinar, dar meu ponto de vista a ser conhecido pois nada acontece de forma gratuita, somente quando estamos diante do inevitável é que nos damos conta da necessidade de ser solidário.

Neste caso específico, a Eutanásia, cabe um questionamento final: se eu quero e expresso esta vontade muito antes de chegar minha hora, eu não estou dando direito a outrem de executar as minhas ações pessoais, inclusive esta?

No caso específico que citei acima, o rapaz lesado num acidente de carro, vivia uma situação terrível, angustiante porque é um ser humano preso numa cama, ou cadeira, dependente, totalmente sem ação própria mas com o cérebro funcionando perfeitamente, tendo total consciência. É justo?

Sinceramente eu agiria da mesma forma que a mãe o fez, e se fosse comigo, pediria sim que alguém acabasse com aquilo, com certeza.

Mas ainda assim me questiono, se tenho o direito de colocar esta responsabilidade nas mãos de outra pessoa que me ame...

Talvez sim, talvez não, ainda haverá muita discussão, mas eu particularmente pediria sim, ia querer morrer com dignidade, sem terminar meus dias como um farrapo humano sobre uma cama, servindo de fonte de sofrimento aos que me amam.

Nossos atos devem ser realizados de tal forma, que em momento algum interfiram ou transformem a vida dos que nos cercam, a melhor atitude que se pode ter é aquela pela qual todos se beneficiam, e seguem felizes.

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