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Artigos-->Usina - Academia Virtual de Letras -- 26/07/2001 - 09:04 (Clóvis Luz da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O sonho da maioria dos escritores é ser membro de uma Academia, na qual o título de “imortal” confira à obra de quem nela ingressa, pela qualidade (da obra), motivo de sua inclusão, o status da excelência, mediante o qual se atesta, prova e estabelece que o produto do labor de um artista (no caso presente, de um escritor) vai perdurar no tempo, superar eras, causando o mesmo impacto, moldando pensamentos, suscitando dúvidas, questionando valores, suprimindo-os ou estabelecendo-os -- não é esse o caso de todas as grandes obras da literatura mundial?



Se há critérios pelos quais um escritor seja achado em condições de ingressar, digamos, na Academia Brasileira de Letras, os acadêmicos da Usina, mesmo aqueles que não foram citados por Félix Maier, em sua “acareação da Usina”, na qual compareceram os que, segundo ele, são as “figuras carimbadas” do site, estamos todos aptos, plenamente capacitados a figurar no “panteão” de acadêmicos virtuais com todos os méritos e honrarias, e estamos de parabéns no dia do escritor.



Todos nós, com nossas experiências de vida, conhecimentos adquiridos nas mais diversas circunstâncias, das quais muitos deploram as tristezas e outros evocam as alegrias, de tudo, porém, extraindo lições, aprendendo com os erros, buscando sempre renovar e fortalecer nossos valores e convicções, preenchemos aquilo do que, em tempo algum, essa Academia Virtual de Letras prescindirá para receber seus membros: a vontade de escrever.



Em homenagem a todos os escritores da Usina, segue abaixo um texto sobre a literatura enquanto produto de transformações (nem que se concretizem apenas na mente do escritor).



A FLOR DA SUELY



O mundo está muito confuso. Há muitas guerras, fome e pessoas morrendo a todo instante por causas fúteis. E eu estou pretendendo transformar esse mundo. Não vejo nenhum modo mais eficaz para isso do que escrever, reinventar, recriar essa realidade deprimente através da minha imaginação.

Para tanto devo lançar mão dos meus sonhos de criança: ajuntar pedaços da realidade, reuni-los todos, para ser e fazer o mundo feliz.



Lembro-me de quando amei a primeira vez, era a Suely. Ela tinha onze, eu, dez. Catei no jardim da vizinha uma singela flor, deixando parte do seu perfume em minhas mãos, e dei a ela. Senti-me um homem, sem medo, sem adversários.

Depois que ela se foi (mudou-se sem deixar o endereço) e o medo voltou, abriguei-me em sonhos e fantasias, que sabia impossíveis. Porém, que criança não sonha? Quem um dia não agasalhou na mente a esperança de que o mundo pode ser melhor? E eu teria que contribuir para isso.



Com o tempo, conheci grandes homens e mulheres, que começaram a tornar em realidade o mundo com o qual sonhei, com a vida menos dolorida ou cruel. Inventos prodigiosos, pinturas e sinfonias divinas, fábulas maravilhosas, romances fantásticos, nos quais viajei a lugares celestiais, de insuperável paz e harmonia. Cientistas, pintores, compositores, escritores, todos criadores de uma nova face do mundo, da qual se ausentavam o mal e a dor, dando lugar ao sorriso, ao abraço, ao toque caloroso, à materialização do afeto como antídoto no combate à infelicidade humana.



Decidi então que quero seguir os passos desses materializadores de sonhos. Como eles, quero fazer as crianças esquecerem que seus pais brigam, que às vezes, ou todo dia, falta alimento em suas casas. Que os ricos vivem em seu mundo como se só eles existissem. Usarei todo o talento que Deus me concedeu, pouco ou muito - Ele o sabe, na luta por levar ao fim as injustiças, a exploração do homem pelo homem, pela efetivação de uma sociedade de iguais, na qual todos tenham as mesmas condições de vida e sejam felizes.



Utopia? Quem sabe. Antes de tudo, é o que me motiva interiormente, fruto de minha inabalável convicção de que somos os construtores da História e que ela se modifica quando nossos sonhos tocam a realidade, tomando sua forma, subjugando-a, tornando-se verdades, tanto quanto se tornou verdadeiro (antes um sonho) o amor que sentia por Suely, quando ela aceitou receber aquela singela flor.



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