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cronicas-->0300 - Dona Baratinha -- 22/07/2015 - 11:50 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pensativo no sofá, aguardando a Doutora chamar, quando a Dona Baratinha sai atrás do quadro e segue pela parede e volta pela frente dele, numa calma irritante, como se o mundo e seus problemas não existissem. Saiu do quadro e andou pela parede em direção ao teto, comigo a seguindo e a moça recepcionista nem vendo. Ia numa veloociidaadee incrível de dois passinhos por hora e eu seguindo. Absorto fiquei até chegar à outra parede atrás da moça, que continuou nem vendo. Eu já quase torcendo pra Dona Baratinha cair sobre a mesa e dar um sustão; pelo menos, o marasmo acabaria.
Não caiu. Ela resolveu caminhar um pouquinho mais rápido, em direção oblíqua ao cesto de lixo em baixo da impressora. E eu, já torcendo e pensando - Agora cai, agora cai... Nada, passou por trás da impressora e desapareceu, até lembrei-me da face oculta da lua, quando as comunicações com as naves cessam. Nessa minha absorção a Dona Baratinha, já minha chegada, elevou-se ao patamar de nave lunar, para o lunático já me tornando.
Contato retomado, com ela já passando por trás do computador e a moça digitando um documento qualquer. Agora vai; preparado para o susto e niente. A moça virou-se para a mesa, carimbou o documento e assine aqui. Fui pé por pé e voltei ao sofá.
Perdi minha amiga e procura que procura, ei-la já no carpete na mesma veloociidaadee em direção ao lavabo. Comecei a torcer, não pelo susto, mas para ela sumir pelo ralo do banheiro e viver a sua vida nos canos da vida. Afinal, as baratas são mestres nisso e literalmente elas entram pelo cano, quando não voam até nós. Segundos se passaram e ela deu uma corridinha, chegando quase, quase no ladrilho. Minha torcida era que sumisse e sabem o que aconteceu...
Ela parou, deu um suspiro e caiu em decúbito dorsal, com todas as patinhas alvoroçadas, para total espanto meu, deixando-me sem fala, a ponto de não expressar nenhum óohooo, devido à cena. Seu Jairo pode subir! Tal chamamento trouxe-me à Terra e fui saber de mim com a Doutora, não sem antes de soslaio olhar para aquelas patinhas.
O senhor está bem melhor, faça esses exames e me traga em sessenta dias. Quase perguntei se ela não tinha um remedinho para curar baratinhas indefesas, mas fiquei na minha e só perguntei dos meus remédios mesmos. O que será que a Doutora pensaria deste marmanjão preocupado, com um ser, que todos acham repugnante.
Como ilustração, barata é um inseto ortóptero, da família dos blatídeos, de hábitos domésticos, nutre-se de qualquer coisa e contamina tudo, cheira mal, é uma praga e enche o saco de toda dona de casa, sempre disposta a dar uma boa chinelada em cima da danada, ou danadas. Haja Baygon. Dizem que elas existem há mais de trezentos milhões de anos e que sobreviverão a uma guerra nuclear.
Voltando à nossa, que estava com as patinhas alvoroçadas e não se esqueçam de que eu já estava amigo dela. Desci preocupado com o seu destino. Não a vi e precisando fazer xixi entrei no banheiro. Feito, saí para lavar as mãos, quando... Blóósh!
Nããoo. É, o som foi esse mesmo e o que vocês estão pensando aconteceu. Realizei os finalmentes da vida da Dona Baratinha. Cruel foi e justo eu, já esperançoso na sua recuperação, tornando-me o responsável pelo seu destino fatal. A moça? Nem ficou sabendo, nem o casal acabado de entrar. Pensei no cerimonial, que funeral dar àquele ser indefeso e que discurso faria, porém, nesta quarta vinte e dois de sete de quinze, digo que só me abaixei com um papel na mão, juntei os cacos dela e joguei no lixo. Tirando que todas as baratas são iguais, ontem encontrei outra, que me pareceu ser a Dona Baratinha... Ah, Tchau!
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