Última crônica foi sobre chato e necessário, prenúncio do que seria essa semana que passei, chata e necessária. Seria, mas e, no entanto, tenho que questionar esse prenúncio – Não foi chata; foi muito legal, muito mesmo. Tive a oportunidade de ensinar três jovens engenheiros, com a ajuda de uma jovem administradora. Mais aprendi do que ensinei, certamente! Que foi necessária não questiono, pois repeti-la já estou com vontade.
O cumprimento do tempo foi o que cobrei com a mais chatice possível, visto estar muito claro em meu-nosso planejamento. Fui atendido, pois chato fui. A filosofia da semana tinha que ter o tempo como questão crucial, mesmo sem ser o senhor da razão, mas dividindo com a busca de conhecimento e depois a gestão deles. Entrando numa sala de aula, outra vez, para dizer da semana. Teve geografia, pelo menos cinco cidades envolvidas, o que fazia chegar à história. Pela minha idade, o maior contador fui eu, sem dúvida. Aí, preciso situa-los no tempo, pois são mais novos e, às vezes, não tinham nascidos ainda.
Em termos de psicologia, falei dos nossos sentidos e como usa-los, colocando a audição como, no momento, o mais importante. Não se esquecendo da visão, olfato, paladar e tato, acrescentando que a fala não é sentido e que a semana seria mais de ouvir. A parte pedagógica ficou pelos excelentes professores que tivemos. Química foi destaque, na quarta e na quinta pelas fábricas de tintas que visitamos; além das cores, todas de um arco-íris a ser imaginado com a devida beleza. Porém, engenheiro, por ser mais exato, tem certa dificuldade com essa questão, pelo meio-daltonismo em voga.
Tinta tem pigmentos, resinas, solventes e aditivos, fórmulas e testes, muitos testes, em laboratórios e gabaritados pelo próprio tempo, aqui tempo de sol, noite e chuva. Testes forçados em equipamentos, pela resposta rápida necessária e depois confirmados pela exposição à natureza de sol e lua, que dizem do seu comportamento protetivo. De toda a ciência envolvida, ficamos mais com este aspecto de proteção e do relacionamento da tinta com o aço. Secagem ao toque e tempo de cura, passando por desplacamento e escorrimento.
Sabiam que a Sherwin-Williams foi fundada em mil oitocentos e sessenta e seis; ficamos sabendo essa semana, junto com uma aula de paciência e atenção, da mais carinhosa possível. Quase cinco horas de conhecimentos transmitidos, numa didática simples e direta, tão ao ponto, que até vontade deu de fabricar e lidar com tintas. Esse Senhor das tintas, é o Engenheiro Celso, cujo sobrenome Gnecco tem mais de cinquenta versões, catalogadas por ele mesmo, de Nheconheco a Nhoque. Já na Advance, nosso professor foi o Thiago, sem versões, mas com o mesmo conhecimento.
A matemática entra em tudo, já que tudo tem custos e estatísticas, passando pelo cálculo dos tempos necessários, para proteção do próprio tempo. Aço tem tempo de corrosão e tinta, tempo de proteção. É químico, mas tem física, que define o comportamento do aço e sua resistência, também disciplina de engenharia.
Meu comportamento saiu de professor para aluno, um aprendiz de como ensinar, só olhando e sentindo a aula do Celso, mais que um técnico, um mestre. Um dom, uma missão, de como mexer com os recursos humanos à mão. Tê-los, para transforma-los.
Pelos detalhes é que se faz uma boa engenharia e no nosso caso de estruturas metálicas, o macro tem que ser detalhado, pela informática, com software no hardware próprio. Inglês e português. Um dos jovens acima aprendeu com outro dos jovens acima e também com a jovem, que além de administração ensinou planejamento, qualidade e fabricação. Depois desses detalhes, pedi aos três engenheiros jovens, que fossem visitar uma obra nossa, esquecendo-se deles, com visão do macro. Sabei-me lá, diria Dona Cida, mas foi o que eu fiz e neste domingo, dezenove de sete de quinze, encerro a semana sala de aula, outra vez.
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