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Artigos-->Quem dá mais? ou: leilão no usina -- 25/07/2001 - 03:20 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É o que passaremos a nos perguntar, agora que o usina já deu o que tinha de dar. Agora que o usina já nos deu uma pequena parte apenas do que - sempre tentei dizer isso, e talvez não tenha conseguido direito - tinha para nos dar.



E que cada um se pergunte se deu mesmo tudo o que tinha para dar.



E que cada um se pergunte no que isso tudo vai dar.



A carta recebida e publicada pelo J. B. Xavier diz para ficarmos tranqüilos. O cenário está sendo construído. Cenário de leilão. Cada qual terá de atrair o seu patrocinador. Mas quem gritará, que mal lhes pergunte, o clássico e inevitável "Quem dá mais?"?





Eis que entra em cena aquela frase que, uma vez (éramos tão jovens, tão ingênuos!), dividi em duas partes, dois títulos bastante apelativos - diga-se de passagem, como este que encima este meu arrazoado: "Não nos peçam para dar a única coisa que temos para vender."



Mas só agora vamos vender? - eu pergunto. Só agora que todo mundo já deu boa parte do que tinha para dar? Tem sempre um ou outro que põe só a cabecinha, se me permitem a baixaria, mas acredito que a maior parte pôs tudo de si, digo, deu tudo de si.



Para parafrasear conhecido provérbio: "Usineiro que come pedra, sabe o currículo que tem". Não sei se percebem a profundidade das minhas colocações habituais.



Aos futuros patrocinadores, se o fizermos, a pergunta soará certamente um tanto chocha, pândega quiçá (sossega, leão!): "Quem dá mais?"



Em boa gíria atual, um patrocinador poderia nos intimar: "O que é que tá pegando?" E não nos restaria outra alternativa: "Não dá nada não."



Em todo caso, quem quiser ter bantante penetração no meio, é bom ser extramamente cuidadoso em suas colocações, para repetir (sem vaselina nem nada, "pois tudo vale a pena se a alma não é pequena"), sempre é bom repetir, repito, a frase do Prof. Dr. Botelho Pinto, enquanto viveu, numa das sessões memoráveis do "Primeiro Congresso de Lingüitas" que assolou o país.



E me lembro de uma outra colocação bastante precisa e até dolorosa: "Não confundam Quem dá mais? com Quem mais dá? São coisas diferentes.



São coisas diferentes?



À pergunta "Quem mais dá?", já nos vemos perfilados em verdadeiro trenzinho (alguém do ramo, ainda se lembra?). Só não sei se na mesma ordem apontada pelo ranking dos mais lidos.



Caímos no mercado na hora adversa que Deus concede aos seus, diria um Pessoa, se usineiro. Mas não, no usina só mesmo os heterônimos do inominado. E se despedem mais do que o Sílvio Caldas. Meus sais! Ai, esse fim de feira que nos foi dado contemplar nos últimos tempos! Ai, nossos pobres "textículos" usineiros! Ai, que foda!, melhor, Ai, que fado!



Para quem já conhece tudo isso do meio editorial, e com todas as letras por assim dizer impressas em papel nem sempre tão higiênico, ganha atualidade a afirmação do Millôr Fernandes: "O intelectual é a puta da burguesia." E estamos derrotados.



Mas quem é que tem assim tanta certeza de que o usina pode mesmo dar certo, por mais que alguns afirmem que ele pode dar, certo? Mas dar certo desse outro jeito? Meus phdeuses, é tudo tão complexo! Peço ajuda aos universotários. Melhor não, vamos às cartas. Elas não mentem jamais.



Na carta endereçada ao J. B. Xavier, pela primeira vez eu me deparo com um nome, uma pessoa, um gerente, sei lá. Não, o usina nunca foi essa anarquia toda que tantos pensavam ser.



Adeus, acne! Adeus, primeiras menstruações! Adeus, smegma! Adeus, ereções involuntárias! Adeus, poluções noturnas! Adeus, palavrões em catadupas! Adeus pundonores ou ousadias de meninas-moças! Adeus, rebeldia e precocidade invulgar, digo, vulgar mesmo! Adeus, primeiros corrimentos e gonorréias! O usina vai viver agora o seu "ritual de passagem", vai amadurecer.



... "pero sin perder la ternura jamás", plagiaria uma das nossas alminhas bondosas de Assis ou de Calcutá. E as há. Tantas. Sim. No usina .



Oremos para que o site resista às agruras da vida adúltera, digo, adulta, e aos vexames, digo, ditames do mercado. Amém.



É mesmo muito piegas e otimista aquela frase do Guimarães Rosa, que fala do "milagre que ainda não estamos vendo". Só agora tomo consciência disso. É a maturidade chegando célere. O usina de antes vai ser agora só um quadro na parede. Mas como dói! Numa breve passadinha pela obra do Filho Eterno, concluiríamos que sempre haverá também, e isso é mais provável, um pesadelo que ainda não estamos vendo. Socorro!!!!
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