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Cronicas-->1945 - Planos -- 17/05/2015 - 12:13 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Li, dia desses, uma matéria sobre um General Americano, George Marshall, combatente da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, célebre por ser autor de um plano de ajuda à reconstrução da Europa, após mil novecentos e quarenta e cinco. Foi Secretário de Estado, Secretário de Defesa e premiado com o Nobel da Paz em cinquenta e três. Este Plano recebeu o nome dele: Plano Marshall. Ajudou na recuperação do pós-guerra, tem elogios, questionamentos e críticas, como todo plano. Mais, pela internet, ou pelos livros.
Esta introdução, somada a uma conversa minha com nossa Engenheira Cristina, suscitou-me esta crónica de menções aos nossos planos. Planos brasileiros, quais convivi e sou fruto deles, aliás, somos todos nós. A base desses planos todos é económica.
Saí de São Miguel por um plano escolar, aliado a uma visão económica e até hoje busco isto, mas, olha, nunca termina. Imaginem, então, a sanha dos governantes com seus planos mirabolantes. Quase trinta anos atrás quis voltar para atender um plano meu, relacionado a transportes. Qual o quê dei de cara com o Plano Cruzado, aquele lançado em vinte e oito de fevereiro de oitenta e seis, pelo Presidente Sarney. Anunciado na televisão na noite anterior foi um bafafá só e uma esperança incontida, porém esfarelada pouco tempo depois. A meta era derrubar a inflação de oitenta por cento ao mês. Mudou a moeda e abusou do congelamento de preços, incentivando a figura dos "Fiscais do Sarney". Quem viveu essa época irá lembrar-se de tudo e um pouco mais.
Dei de cara, ajudei a casar minha irmã Janie no dia seguinte e quatro meses depois voltei a São Paulo; voltei ao mercado de trabalho, não sem antes assistir pela televisão a Copa no México. Sem pesar, esses quatro meses foram ótimos, pois dirigi o Scania pelas estradas do Mato Grosso e Paraná na companhia do meu pai, cujas estórias e carinho foram fundamentais. Depois, na CBC Indústrias, não foi fácil trabalhar sob um plano anacrónico e a falta de materiais fez voltar à inflação. Trabalhei um ano, viajei para a Bahia e voltei, porém no meio desse ano, dei de cara também com o Plano Bresser, de junho de oitenta e sete, querendo corrigir o fracasso do Plano Cruzado, já com a inflação galopante galopando.
Adivinhem a causa, não precisam; digo - o déficit público, sempre o Governo gastando mais, aliás, eterno comportamento. Mudei de emprego e fui trabalhar no maior grupo brasileiro, o Votorantim. Quando o reajuste de preços era medido por dia, quase por hora, pelas "ó erre te enes" mensais, acrescidas do "pro-rata die". Não vou nem falar do cálculo do valor-presente e do uso indiscriminado da matemática financeira.
O bom era trabalhar atrás do Teatro Municipal e andar pelo Centro todo da cidade, nunca sem gravata e paletó, podia estar o sol que estivesse. No rosto, só bigode e olha lá bem aparado; tacanho, mas regulamento. Como o Sarney tinha um bigode bem aparado, ele entrou na empresa com mais um plano, em janeiro de oitenta e nove. Ele e um novo Ministro, o Maílson. Assim, tínhamos o Plano do Maílson, codinome Verão. Só para nos enganar, pois veio do Inverno, aplicando o congelamento dos preços, nova moeda e causando perdas salariais e grandes desajustes na poupança. Tínhamos o Cruzado Novo, para sofrimento do nosso colega de trabalho, cujo sobrenome era Cruzado.
O Grupo, muito forte, se sustentava mesmo diante de tudo isso. Devia ser pelos seus próprios planos de gestão e administração. Prova eu tive, quando fui à Votorantim, visitar a fábrica de cimento e desci na mina, inacreditável, mas duzentos metros abaixo da superfície. Quase caí de costas e medo, ao descer dois quilómetros por pura rocha e encontrar todo um parque de extração com caminhões fora-de-estrada, uma quase cidade e mais de trinta quilómetros de estradas encravadas na rocha, até com semáforos. Parando, neste domingo dezessete de cinco de quinze, por saudade e falta de espaço. Voltarei ao assunto.
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