Tinha outro tema para hoje, mas deixei de lado para colocar alguns comentários extraídos do Facebook, a respeito do dia de hoje, quinze de março de dois mil e quinze, um dia que se tornou histórico, pela liberdade de expressão e de manifestação. Eu mesmo estive na Avenida Paulista, bem em frente ao Masp, por mais de três horas. Junto comigo, a Edna e a Lígia. Além da indignação presente, a vontade de mudar era latente. Só não gostei de um carro de som pedindo a volta dos militares. Certeza total que o caminho das mudanças não passa por esse retrocesso. Não ouvi pedidos de terceiro turno e nem golpismo.
Começarei os comentários por este - "Melhor dia para o Brasil!". Pode ser, mas só o futuro e a história nos dirão. Outro indignadíssimo -"Essas pessoas não viveram sob as ordens de uma baioneta. Não tiveram a liberdade tolhida pela censura. É melhor irem estudar mais a História do Brasil." Olha, eu vivi e muito dos que estavam lá viveram; não queremos mesmo a volta de baionetas, mas não era isso que se pedia. Tenho outro comentário do autor, mas não colocarei por ele estar equivocado na sua análise. Está só enxergando essa questão e isso o deixa rançoso demais.
"Brasil reuniu a maior manifestação política desde as Diretas, chora petralhada!!" Do mesmo jeito que a manifestação de hoje foi livre, a de sexta passada também foi e as próximas, para todas as correntes de pensamento, espero que sejam livres também. Com relação à cobertura, só de helicópteros mais de dez, fora aqueles aparelhinhos drones e os jornalistas a pé mesmo, porém leiam este: "Rossetto e Cardoso respondendo aos jornalistas e a Globo exibindo o programa do Faustão! Lamentável!" Vamos ver as matérias do Fantástico, das revistas semanais e dos jornais. Mais uma - "Acho que mostra a exaustão a que chegou este modelo e que o povo quer a mudança. A economia está se deteriorando. Pode ter certeza que as próximas manifestações serão maiores." E mais uma - "Hoje, no Brasil, pobre faz faculdade e rico pega na panela, diz petista". Fui buscar mais detalhes das duas, mas perdi as matérias.
Esse próximo comentário é só paradoxo - "Tá dando dó dos anti-ptistas, não percebem que há coisa muito maior por trás disso tudo. Lula é só um fantoche, um corrompido por corruptores, que são os verdadeiros corruptos e esses jamais serão pegos. Anti-ptistas são ingênuos". Levou essa resposta - "Ingenuidade é coisa de massa de manobra". Gerou mais esse um - "A burguesia quer ir pra Miami. Sou pobre, eu quero continuar vivendo. PT pelo menos não massacra os pobres como os governos anteriores" e mais esse um - "Tem gente que é pobre e tem gente que tem raiva de ser pobre, caro amigo. De qual panela você faz parte, amigo?". Só que não parou aí, mas eu paro, pois minha crónica é só de comentários, mas a discussão foi boa. Ainda vou entender o que as pessoas entendem por burguesia.
Não contarei o contexto, mas gostei muito desse - "Uma frase tão curta para uma mulher tão letrada, dona Fulana...". Nunca li uma resposta ser tão certeira.
"Novas ideias, novos conceitos, novos ideais... Não parece!" Este, um comentário sobre duas faixas, dizendo que O Brasil Não Será Uma Nova Cuba. Uma de agora e outra de sessenta e quatro. Para os manifestantes de ambos os anos, a faixa é válida, pois Cuba continua a mesma, apesar de seus defensores e o Brasil é o Brasil.
Este diz que "O protesto hoje na Praça Matriz foi um sucesso, tinha umas quarenta e cinco pessoas contando com o autor, claro..." Ele continua, porém meio irónico, com os que não foram e que não podem reclamar, ou os que estão em cima do muro, das duas uma. Diz também, que ele não irá se acostumar nunca com os escàndalos, corrupção, etc. Acabou meu espaço, porém digo que o texto-comentário foi bom, ganhou quarenta curtidas e um monte de comentários interessantes, ácidos, aritméticos, divergentes... Não é meu, mas encerro com este - "Só te falo uma coisa... Eu não faço parte desse mandato, afinal não votei nela... Mas como brasileiro tenho que aguentar esse mandato, assim como vcs até o final".
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