Escrevendo neste meu computador raitéqui, voltei à s palavras, crónica de um mês atrás, quando sobraram algumas. Voltei também, porque gostei demais do jeito que uma moça me indicou o banheiro, numa parada na Via Dutra, lá perto de Seropédica no Rio de Janeiro. Oi, por favor, o banheiro? É só elevar, senhor. Após, me indicou a rampa. Elevei-me, pela rampa, quase uma escada leve.
Abrindo parênteses, não tenho simpatia por Seropédica, mas ela existe como cidade ao pé da Serra das Araras, na Baixada Fluminense e a palavra seropédica é um neologismo formado por sericeo e paideía, um local onde se cultiva seda, origem do município. Aí, meu irmão se acidentou. Fechando e esquecendo.
Em noventa e oito fui ser sócio na Marfin, quando, do nada, surgiu em minha vida o arguido, no sentido de questionamento. Assim - Jairo, me passe os dados, caso eu seja arguido, já os tenho. Porém, ela assumiu o jeito do equànime. Lembram-se? Valendo meio pra tudo. Usando outro sentido, estou censurando o arguido surgido. Confuso, né. Não liguem, é só esquecer o arguido, como já esqueci o autor dela.
Terça passada, em nossa reunião de conclusões não concluídas, tomei tento com uma palavra, normal, mas repetida, repetida e fui anotando mentalmente, que cabe aqui, pela repetição, repetição... Trata-se da beleza, como resposta positiva e não como substantivo, que define o belo. Essa beleza repetida, repetida, apenas concorda com a resposta de alguém, dando ênfase na concordància. Assim - Qual é o prazo de entrega disso? Semana que vem! Ah, beleza!! Reunião inteira - Beleza, beleza e, Ã s vezes, belê. No uatizap, já usei blz, com o mesmo sentido.
Belezura se encaixa no mesmo sentido. Belezinha também. Beleza deixando de ser o belo, para ser resposta prosaica de uma reunião qualquer, aliás, nem significando ótima resposta para um esforço de alguém em atender a tarefa. O que poderia ser uma bela concordància acaba sendo nada. Também tenho ouvido, no sentido de pergunta. Assim - Segunda, você me dá isso pronto, beleza? Para o distraído: Beleezaa??
Jacaré, todo mundo sabe ser aquele bichão feio e voraz, que tem de monte lá no Pantanal, até na Barra da Tijuca. Outro dia li sobre um, atravessando uma avenida e outro mordendo a mão de um policial. O meu jacaré, define um palpite que um intrometido nos dá. No meio de um assunto já resolvido, assim, ó: Acertado o uso de algo, bem definido. Aí, o intrometido lança - Parece que o primo do irmão do Barros tem uma... Não importa esse uma. Vamos nós a abater o jacaré. Ou você chega com a solução mais importante, mais barata, mais tudo de bom. Pronto e pra quê. Só pra ter um jacaré, assim, ó: Viu, o Banco da Cochinchina parece que está com uma oferta melhor... Lá vamos nós a abater o jacaré. Sabem naquela reunião de conclusões não concluídas, querem saber o porquê das não conclusões. Jacarés e jacarés, beleza!
Quando criança ouvi, numa conversa de parentes, a maenga, mais de uma vez e nunca dei bola, mas fiquei com isso e, agora, fui buscar o que é a maenga. É individuo insignificante, joão-ninguém, pobre-diabo, o que casa com a minha memória, pois os parentes estavam falando de alguém e não bem. Sabei-me lá, diria Dona Cida.
Ah, para terminar neste domingo, sete de doze de quatorze, me deixe colocar uma que eu achava linda e muito usada, nos jornais. Détente; assim mesmo do francês e quer dizer distensão, mas utilizada para explicar a diminuição da tensão nas relações entre nações e melhora das relações internacionais, muito na época da guerra fria.
Détente, beleza! Viu, se... Não, jacaré não!
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