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Cartas-->Carta ao Marechal Jobim -- 08/11/2007 - 15:19 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA ABERTA AO MARECHAL JOBIM

Meu prezado Nelson,

a nossa relação pré-constituinte me autoriza o tratamento informal, dispensando o protocolar que compete ao seu atual cargo. Por que me refiro à patente de Marechal do Exército, extinta do quadro de carreira das Forças Armadas Brasileiras?

Porque ao ver suas fotos bizarras, segurando a cobra sucuri pesada, mas inofensiva, ostentado fardamento antes privativo dos militares ativos da carreira militar, não posso deixar de olhar enviesado, vendo na sua farda uma performance de fantasia. Confesso que a toga despida com certa precipitação lhe caia melhor e mais adequada.

Quando foi criado o Ministério da Defesa, asseverava-se que o comando das Forças Armadas deveria ser de um civil. Aliás, naquela linha "de que a guerra é importante demais para ser comandada por militares."

Mas, o quê se vê é que Defesa Nacional, na Paz ou na Guerra, é assunto sério demais para ser delegado a políticos, fardados ou não. Amados ou não. E se a condição da envergadura de farda é essencial ao exercício do cargo, porque não deixa-la sobre os ombros de quem está habituado a ela desde o Colégio Militar?

A cada posse nos altos cargos que ocupou, estive presente com a esperança de que o seu talento e capacidade de trabalho muito acrescentariam à construção de uma pátria mais justa. As reações a seus atos, cada vez mais virulentas, por parte das diversas corporações, colocavam-me na sua defesa, nem sempre com os melhores argumentos, porque nunca consegui decifrar as premissas da lógica da Corte Metropolitana brasiliana. Mas, foi me faltando munição. Li na imprensa que te desagradou a crítica debochada dos que não viram nenhuma bravura no ato de segurar a cobra. Nelson, se posso dizer alguma coisa, ainda ousando da condição de amigo, é que não deveria ter se exposto a situações onde a ótica do ridículo é muito mais forte do que a dos bons propósitos. A metáfora da cobra, sucuri, jibóia ou a nossa cruzeira é muito forte. E a cobra que está fumando e que exige um comandante "que lhe conserte as idéias" é muito maior e perigosa. Três colunas de milicianos, miserável massa de manobra marcham no Rio Grande partindo de diferentes pontos, sobre a Fazenda Coqueiros, cujo "crime" é ser grande e produtiva. De parte do Governo Federal nenhum embargo, mas sim incentivo e subsídio. Que diabo de reforma agrária é essa que mapeou o Rio Grande e treina em manobras guerrilheiras, com bandeiras anacrônicas, com estandartes vermelhos sempre flamantes, nessa incessante semeadura de ódio?

O Haiti é aqui, Marechal Jobim. O difícil não é segurar o touro pelas aspas, mas soltá-lo, como assevera Millor Fernandes. Receba sem rancor as ponderações de quem ainda se tem por seu amigo.

Cordial Abraço,

Odilon Abreu



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