Inho, que triste. A comoção toda, os filhos, uma tragédia a acompanhar uma morte precoce demais de um ser humano, talhado para um futuro maior, mas assim é a vida, cujo poder não é nosso. Na televisão as homenagens derradeiras e as especulações derivadas do acidente que vitimou Eduardo Campos e mais seis vidas. De sessenta e cinco até treze de agosto, quarta passada, pouco para quem poderia nos dar muito mais.
Foi por esse ano, que eu tive um primeiro contato com a partida precoce, quando o menino Nivaldinho nos deixou, por uma crupe inexplicável. Desde então, pessoas partem sem nos avisar, apenas partem, como se cometa fossem, para um dia lá na frente voltarem, quem sabe.
Um pouco antes, eu já tinha sentido isso, com o Arthur Martins, um jovem mais velho que eu, que um acidente na estrada de Gramadinho, na entrada de seu sítio, o levou. Lembro-me de suas irmãs, entrando no Ginásio com algumas marcas. Outro Arthur, agora Trindade, também nos deixou, um acidente de moto pelo lado de Iguape.
Princesas partem, Diana e políticos partem, como Tancredo, embora mais velho, no entanto precoce demais. Artistas inúmeros, por isso ou aquilo, mas alguns sempre cedo. Marilyn Monroe, que saudades. James Dean, de Giant. Janis Joplin e Jimi Hendrix, com a mesma idade de vinte e sete. Elvis não morreu Presley, sobrevivem os imitadores e a sua jovem imagem dos filmes em Acapulco. Misteriosa morte prematura, para mim sempre foi a de Rodolfo Valentino, em vinte e seis do século passado, um ator italiano de Hollywood, apenas trinta e um anos. Coloco aqui outro ator John Garfield, em cinquenta e dois, com trinta e nove e alguns filmes esquecidos, mas não seu jeito de rebelde predecessor de James Dean e Montgomery Clift. Os dois também jovens se foram, com Marlon Brando mais tarde. Um bon-vivant sempre é jovem e assim foi com Porfírio Rubirosa, o maior playboy que este mundo já teve, levado por sua Ferrari batida numa árvore qualquer. Artistas mais perto de nós, como Osmar de Mattos, Zanoni Ferrite, Amilton Fernandes, Chiquinho Brandão, Maysa e a Leila para sempre Diniz. Mamonas e Ayrton Senna, no mesmo rol.
Pertíssimo de nós, ao lado de nossas vidas, algumas lembranças a nos deixar sem respostas das partidas precoces demais. Recente como essa menina Alice Mariani; como outra Alice, a nossa Alicinha. A Fábia, que o Marmo não esquece. O Gilson, o João Santiago, o Gil e o Zuta, cedo nas estradas. Da minha memória, o Arlindo, o Milton jogador bom de bola, o Uilinho, o Arani e o Paulinho Boka, o Aristeu, o seu José Martins, vizinho da minha casa de criança e depois o Toninho, seu filho.
Tênues lembranças como o Ary Camargo, o Olímpio de Abreu, o José Newton, florestal protetor de nossas matas. Sem falar naqueles três senhores nipónicos, vitimados num único acidente na Castelo Branco - Hidesato, Sadayuki e Mitsuo, em setenta. Nesse mesmo ano, um jovem cantor também nos deixou e seu nome Zezo.
Quando nossos parentes se vão, sempre cedo se vão, não tem como. Contudo, minha sogra Dona Maria foi precoce demais, tão precoce, que parece não ter ido, mas não tem como. Uma vantagem de se ter sessenta é ter vivido esses mesmos todos anos, com a memória dessas lembranças e neste domingo, dezessete de oito de quatorze, fico com dois nomes Jairo e José, foram precoce demais.
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