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Cronicas-->1978 - Mais Serras Gaúchas -- 02/07/2014 - 14:10 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
1.978 - Mais Serras Gaúchas

Ainda na quinta, a Asx já abastecida e comendo um pastel com pingado, deu para olhar a maior chuva lá fora e com neblina, como se já não tivéssemos passado por isso, antes de Caxias pelos campos e serras gaúchas. Pedi outro pastel e pensei como estava bom o dia e o friozinho de uns treze graus. Vamos Edna, temos mais serras e saindo pela rotatória com sentido Nova Petrópolis, comentei que avenida bonita e cresceu tudo por aqui, hein...
Em dois mil eu fiz o trajeto à frente, mas não me lembrava de nada, ó memória, quando já senti as curvas e descidas e as casas pelo meio dos morros. Estava chegando Galópolis, uma região administrativa de Caxias, com história própria e na minha, só de ouvir falar por meu pai, contando alguma coisa sobre este lugar, que eu não tenho exatidão do que é. Galópolis surgiu em mil oitocentos e noventa e dois, com a vinda de tecelões grevistas, italianos da região de Schio. Criaram uma pequena tecelagem e promoveram a organização da vila, mas sem sucesso comercial venderam a fábrica para Ércole Galló, donde se deriva o nome do primeiro distrito de Caxias do Sul, hoje em dia com aproximadamente sete mil habitantes.
É muito legal passar por aí, com a estrada pelo meio da área urbana e a mata em volta, mas seguindo em frente a coisa pega, a serra é pesada; quando desce, desce mesmo, não tem dó e dá até arrepio, brrrr. Subir então, pelamor... Foi quando entendi, lá na minha primeira passada por aqui, meu pai ter optado pela estrada de Feliz e Vale Real. Mesmo assim, passa muito caminhão e carregado.
Imagine Edna, isso aqui tudo naqueles anos, quando os tropeiros abriram esses caminhos todos. Já no século dezoito, era um movimento só, ou você acha que não havia comércio entre os estados. Sorocaba era pouso das comitivas, que cortavam a serra, pela região de Apiaí e Ribeira, passando por Curitiba, Lages e outras, finalizando em Viamão, aqui no Rio Grande do Sul. Essa beérre já foi um caminho, uma trilha, uma fila indiana de mulas e cavalos, subindo e descendo serra. Reza uma lenda que, quando você quiser construir uma estrada, solte uma mula ou um cavalo, que terás o melhor caminho. Ela me olhou e eu disse, é verdade, só assim para passar esses desfiladeiros todos.
Quase me senti um tropeiro e no meio daquela neblina-nuvem espessa, como sói, uma placa surgiu indicando Gramado à direita. Uma curva, um viaduto sentidos pelo chão, porque não dava pra ver quase nada e tchann, Nova Petrópolis, uma cidade formada por oriundos dos Estados Alemães, mais franceses, holandeses, belgas, poloneses, russos e outros, que conseguiram iniciar um processo cultural específico da região, com a interação dos seus elementos com os vindos dos tropeiros, que desciam dos Campos de Cima da Serra com suas manadas. Viu como eu estava certo dos tropeiros e esta cidade tem muita história e seu nome é em homenagem a Dom Pedro II.
Deu para ver só o meio dela, por onde se passa em direção à Gramado, mais trinta e poucos quilómetros, de uma estrada pista simples, curvas e sobe-e-desce. Pronto, chegou, duas e dez da tarde, mil e cinquenta e dois quilómetros rodados. Que neblina falei e veja aí na placa se é Avenida das Hortênsias. Era e fomos indo, atravessando o centro, lindo de tudo e o Laghetto Toscana nos esperando, hotel reservado pelo Pedro, autor do convite para eu vir falar da Avenger, uma máquina de furar perfis. Gramado é bonito, mas com tempo ruim é mais ainda, só estava faltando fazer zero grau. Tomamos posse do hotel e saí em direção ao Hotel Casa da Montanha, onde eles estavam, já em seminário, melhor falar workshop.
Cheguei pelo café da tarde: Oba, tudo bem e aí, beleza... Sim, aceito o café e até um pedaço de bolo. O Pedro, gentilíssimo, me apresentou, dizendo eu ter ido de carro, para espanto geral e puxas vidas e até corajoso falaram, mas eu fui mesmo de carro. Sentei, falei um pouco e depois falei mais, até às seis da tarde e, hoje dois de sete de quatorze, garanto que valeu a pena, para mim e para eles.
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