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cronicas-->O JARDIM DO AMOR -- 28/05/2001 - 00:01 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O JARDIM DO AMOR
J.B.Xavier

Era uma vez um jardim que plantei com mil cuidados, que reguei sempre que pude, que admirei calado. Era um jardim colorido, flores brancas e vermelhas, jasmins, lírios, roseiras que plantei sem alarido. E sempre que eu avançava pela minha mocidade, mais flores acrescentava, e mais luminosidade. A água era abundante, e sendo amado e amante ainda mais flores plantei. E no final eram tantas que já me era impossível individualiza-las. Já não mais as conhecia, e a beleza que eu via era a delas reunidas. Acreditei ser possível viver, assim, tantas vidas... Mas, o tempo foi passando, o relógio acelerando, e ainda assim relutei que aquelas flores tão belas estavam ficando amarelas e morrendo lentamente. E nessa voracidade, o tempo ceifou-me tudo: o jasmim da mocidade, as petúnias do amor, as rosas da amizade...lentamente o abandono foi chegando ao meu jardim...veio bem devagarzinho, e como cachorro sem dono, foi ficando junto a mim... Quem poderia saber que era eu que adoecia, que ao raiar de outro dia, mais longe eu ficava dele? Então fui entristecendo ao olhar o meu jardim...outrora tão radiante, e agora, abandonado, e tão distante de mim... e vejo lá adiante um botão que não abri, talvez o da gratidão..., uma pétala caída do amor que não vivi, uma folha ressequida de um amigo que faz falta...E enfim, a solidão! É esse o mal que me assalta. Não! Não é novo esse mal que me domina, é uma doença antiga, que de tão velha, é amiga...Mas tenho cultivado o engano com que vivo minha vida: o de olhar a ferida e enxergá-la curada. E assim, vou me enganando passo a passo, dia a dia, vivendo da nostalgia dos poucos amores que tive. Não me engano entretanto, quanto ao essencial, porque sei que desse mal um dia haverei de morrer. Espero deixar saudades, uma aqui, outra acolá, ainda que raras, intensas, ainda que pretensas, caras....E quando eu tiver partido, há de alguém buscar sentido nessa vida atribulada, pouco sentida e amada...Há de alguém querer saber como se pode morrer de pura falta de amor...como é que um jardineiro, cuidando o dia inteiro, deixa morrer uma flor...Simples, se o jardineiro passa o dia distraído, se ao ver o caule partido, não o reparar primeiro. Esse caule adoecido, deixa o tronco ferido, e por falta de cuidados,vai piorando a ferida. E um dia, assim, de repente, sem que o jardineiro acorra, nada mais pode impedir que aquela florzinha morra!
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