Não são ditados, nem verdades verdadeiras, menos mentiras e acho que uma forma de encarar o mundo. Eu tenho um monte delas, que penso usar como analogias, para explicar alguma coisa ou algo qualquer. Olha, nem me dão bola mais, tantas usadas, mas fazer o que, na hora elas veem e ficam. Aí, o estrago ou o acerto já foi feito. Uso no trànsito, no trabalho, sou o rei da análise e chamo de leitura, minha frase: Você precisa ler a pessoa. Pronto, todo mundo vira livro. Tem mais, mas depois.
Um dileto personagem da minha vida usa muito o "A vida reserva momentos...", que serve para qualquer coisa, como argumentação, como acusação até. Já citei esta frase algumas vezes, mas dando risadas. Quando ele utiliza em conjunto com o "Dê seus pulos..." o tom sobe, abaixe o seu. É melhor. Ah, tem outra: O choro é livre, para encerrar qualquer conversa.
Outro conhecido tem uma, que considero um primor: Ema ema ema, cada um com seu problema. Dá uma isenção e uma liberdade de não palpitar na vida do outro, nem ter crise de consciência. Vale também para seus problemas: Ema ema ema, cada um com seus problemas.
Um atrapalhado com que eu convivo gosta dessa: Esqueci! Não vi, mas vou ver. Solução dada e a vida continua até o próximo esqueci. Tenho até crónica a respeito, se não me esqueci, mas vou ver. No tema, tenho vários que dizem: Não deu cara, maior correria, ou; e aí, correria? Parece que o mundo é dos corredores, mesmo quando eles estão sentadinhos, contemplando o nada. Rapaz, não tive tempo, muita correria, não tá fácil, tó fazeno tudo lá. Viu como é fácil ficar sem resposta ou o que você pediu.
Tem um que não me entrega nada, fica devendo tudo. Nem posso achar ruim, pois sou vítima preferida da sua frase: Chega mais, quero te dizer que você é o meu mentor! Ainda se eu fosse um guru indiano, estaria bem como mentor, só que o prometido nunca. Estou meio reclamão, mas é para situar a situação, chiii. Coleguinha nosso tem uma irritante, mas de sempre: Parece que engordou? Ou simples: Tá engordando...? E eu emagrecendo, uma luta e tendo que ouvir a frase, acompanhada de uns tapinhas na barriga.
Legal era a do Triva, bem tempos atrás: Antes tarde que mais tarde. Resolvia qualquer situação, que ele deixava de atender. Às vezes, com o esqueci prévio. Sorriso entre dentes e olho no olho, antes tarde... Modo de vida, diria Dona Cida. Isso aí é modo de vida. Para ela eu tenho algumas, uma eu digo: Trate mal quem te trata mal. Ela não dá muita bola não, continua tratando todos bem.
Já quase na hora do almoço, lembrei-me de uma: Você ainda almoça? Eu não perdi esse costume. Sempre acompanhada de uma passada de mão próximo do estómago. Senha para irmos almoçar e para outra: Você quer ir onde, ou, você quer comer o quê? Depois, durante a refeição, era comum ouvir: Preciso emagrecer! Uma garfada e outra, já fazia o assunto esmorecer e a gordice continuava. Sem esquecer a nota paulista.
Frase é uma construção que encerra um sentido completo. É, mas nem sempre. O que vale é a entonação e a expressão. A mesma frase arrepia ou segura a onda. Uma das minhas: Ah, se eu tivesse um Toyota! Este, aquele jipinho forte, um tijolo. Utilizada, quando eu tinha vontade de tirar qualquer carro da minha frente, quando ele estava atravancando o tráfego. Era só um desabafo, claro. Hoje, só é motivo de riso, até por mim. Ah, se eu tivesse um Toyota.
Tem uma, que eu não gostava mesmo: Se eu fosse você, faria assim. Tenho até saudade dela, mais do autor, sempre formidável; que sorrindo cunhava outra: Faz tempo que você acordou agora... Terminando nesta terça, três de seis de quatorze, gosto de uma: Tá locão é!!!
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