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Artigos-->CONTRAÇÃO, UMA TENDÊNCIA NOSSA, MAS NEM SEMPRE ACEITA -- 05/09/2003 - 21:26 (ANTICRISTO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Eu já gostava muito dela; mas fiquei gostando mais depois de ela fazer amor comigo”. Por que não dizer “gostava muito de ela”? Ou por que não dizer “depois dela fazer amor”?



Depois daquele palavrão alemão apresentado pelo Ulow, o tal de Beutelrattenlattengitterkotterhottentotterstottertrottelmutterattentäter”, estive pensando no quanto os séculos de evolução do portucalense resultou num português, com palavras bem menores. Enquanto, ao longo de um milênio criamos muitas palavras, conseguimos algumas reduções do número de letras, transformando o “quatuordecim” do latim em “quatorze”, o “quinquaginta” em “cinqüenta”, “civitate” em “cidade”, etc. Parece que, querendo ganhar tempo, procuramos encurtar as palavras até o ponto de dizer como aqueles caipiras: - “Ô cumpade, ocê, qué mais ixpiriente qüêsse negoço de agricurtura, sabe qualé a lua mió pra prantá mandioca?” - “Ah, cumpade, sei não, mais já vi falá qué a lua de mele”.



Aí vemos várias contrações inexistentes na gramática, mas desenvolvidas, prensando as palavras cada vez mais.



Agora, até podemos voltar à frase da oração inicial. A nossa tendência de contrair, apertar as palavras, nos levou a consagrar a forma de dizer “gosto dela” em lugar de “gosto de ela”. E, como há gente que já chegou à linguagem cabocla a pouco referida, muitos até dizem “depois dela fazer”. Entretanto, isso ainda não é gramaticalmente adequado; pelo que a frase deve ser aquela do parágrafo inicial. Mas pode um dia os gramáticos já não censurarem mais a forma contrata.



Uma norma podemos observar: Em “gosto dela”, temos a contração da preposição “de” com o pronome pessoal oblíquo “ela”. Mas, em “depois de ela fazer...”, já não temos um pronome oblíquo, e sim o pronome pessoal reto. Ali, “ela” é o sujeito de uma oração. Imagine se fosse a primeira pessoa: “depois deu fazer...” ficaria mais esquisito ainda! Essa contração é que constitui erro grave mesmo. Veja que ninguém diria “gostar deu”, mas “gostar de mim”. “Eu” não pode ser objeto, só sujeito. Por isso não podemos dizer como um menino baiano que chegou correndo e disse: “A vaca correu atrais deu”.



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