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Cartas-->Militar da Reserva virou lelé da cuca??? -- 11/01/2007 - 14:14 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rio de Janeiro, 6 de janeiro de 2007

Sr Deputado Jair Bolsonaro,

Originário, pelo lado materno, de uma família de militares do Exército, aprendi, desde que enverguei aos 11 anos de idade e com muito orgulho o uniforme do Colégio Militar, a olhar com respeito aqueles que, já encanecidos, ostentavam as estrelas de oficial-general. Em verdade, tratava-se de algo maior do que o respeito, porque eu os via em um estágio
inatingível para os meus ingênuos sonhos de menino.

Mais tarde, cadete da Academia Militar das Agulhas Negras e, depois, jovem oficial com a pretensão --- natural da idade --- de ser possuidor de todos os saberes, aliava a admiração a um certo espírito crítico, que entendia os velhos generais não mais como divindades, mas como seres humanos que tinham
atingido o vértice honroso de uma carreira. Muitas vezes eu lamentei a falta de visão, a carência de um espírito moderno que impedia alguns de adotarem decisões que, no meu entender juvenil, resolveriam quase todos os problemas
da caserna. Mas eu os respeitava em todos os momentos, mesmo quando, fiel ao espírito da época, era alimentado pela esperança de que tudo seria melhor quando surgissem os primeiros generais formados pela AMAN.

Eles chegaram, outros lhes sucederam, vieram os meus contemporâneos, surgiram algumas mudanças, mas pouco das grandes mudanças com que eu
sonhava. Aos que me eram mais próximos reconheci, algumas vezes, que seus esforços nem sempre eram proporcionais aos resultados. Mas valia o esforço, porque isto os tornava nobres. Concordei e discordei, neguei e afirmei, fui
parceiro e adversário, mas, mesmo nos instantes mais radicais, jamais pensei em negar-lhes o meu respeito. Eram generais e só isto representava o
bastante para serem respeitados.

Sr Deputado, hoje vi com amargura em meu contracheque a seguinte frase:

"DFPC informa: Os militares da reserva remunerada possuidores de arma devem
realizar, a partir de Jan 07, o Teste de Aptidão Psicológica para a manutenção da arma. Informações no OP"

O que ocorreu? Passamos para a reserva e, por isto, assumimos, no dia seguinte, a possibilidade de uma insanidade mental? Estamos mais sujeitos a desequilíbrios psicológicos que um soldado que porta a arma que o Exército
lhe dá nos momentos de serviço? Anos e anos de vida militar não nos ensinaram quando,como e porquê utilizar uma arma ? Precisamos de tutela para guardar uma arma em casa, muitas vezes apenas para materializar as lembranças de uma carreira?

Sr Deputado, onde estão os generais de hoje? Em troca de que se escondem, se omitem, se tornam cegos, surdos e mudos? Por que, talvez inebriados pelos toques de corneta, a banda de música e a guarda de honra, desconhecem
que, inevitavelmente, um dia passarão à reserva? Será que lhes falta alguém para dizer que uma atitude firme mas disciplinada, contrária a uma
humilhação --- deliberada, certamente --- não é um atentado à democracia, mas, em verdade, uma forma de fortalecê-la, porque não se estrutura uma nação pisando naqueles que a ela serviram?

Sr Deputado, como é possível ter respeito por estes generais?


Cesar Augusto Araripe de Almeida Lacerda

Coronel de Artilharia ME R1

AMAN / 1961

clacerda@uol.com.br

***

Comentário

Félix Maier

Eu, como militar da reserva (Exército), há muito tempo venho observando que não temos mais generais como antigamente. Nem vou falar de Caxias, o que seria uma covardia.

Infelizmente, não há mais generais como Castello Branco (que livrou o Brasil da bandalheira comunista Jango-Brizola), Médici (que acabou com o grupos terroristas no Brasil), Leônidas (que defendeu o coronel Ustra perante Sarney), Gleuber Vieira (homem íntegro, cordial, que FHC teve que engolir por um bom período), só para citar alguns dos chefes militares das últimas décadas.

Hoje, quem comanda o Exército é um tal de "Chiquinho do Petê". O que esperar deste e dos outros generais, que se apegam com todas as forças às mordomias que o cargo lhes concede (taifeiros, carro com motorista, viagens remuneradas etc.), não fazem o mínimo esforço para brigar pela tropa e se esquecem que, um dia, também irão vestir o pijama?




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