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Artigos-->Uma Praça de Nome João -- 31/08/2003 - 03:24 (MARIA PETRONILHO) |
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Aqui estou nesta Praça
cheia da minha infância:
Num baldio selvagem de cardos
eram as festas e as tendas
no S. João
... e os foguetes, no Largo.
Depois, de novo João,
mas D. João de Castro, o meu liceu
de tábuas castanhas
erguido por provisório
serviu até ficar cinzento
- como um velho
que é velho há muito tempo...
Foi enfim acabado
de desmantelar
E eis outro João a reinar
na Praça - S. joão Batista,
sala de visitas da Vila
que creseu desmesurada
e é a Cidade de Almada.
Ali se fala e se canta.
As estacas são agora
grandes árvores de sombra,
e há bancos debaixo dela...
Foi-se a Feira embora,
desceu a Biblioteca.
Em Abril cantamos Grândola,
em Junho é lá que se solta
o fogo alegre da Festa.
No Natal é engalanada,
no Carnaval, mascarada.
... e está-se tão bem na esplanada
olhando a fonte que brota
de um quadrado tanque de água!
Tanta história guardo dela!
Tantos passos meus passados
sobre este chão
vestido de tanto modo
mas que vi nu e conheço
mesmo em roupas de baixo:
- é chão de barro vermelho
coberto hoje de cinzento.
A minha difícil vida
nesta Praça caberia
- Que ela mudou e creceu
ao mesmo tempo que eu
também mudava e crescia!
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