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Cronicas-->BREVE CRÓNICA DA LIBERTAÇÃO DE ANGOLA -- 19/05/2001 - 19:56 (Gabriel de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MAIS UM PAíS DE LíNGUA PORTUGUESA

(Ninguém
Impedirá a chuva
Agostinho Neto )

1885 - Depois da Conferência de Berlim, Portugal estende o seu poder colonial para além do litoral angolano.

1919 - Como resultado da aplicação dos acordos com outras potências imperialistas, na «Conferência de Paz» de Paris, Portugal completa a ocupação militar do território angolano.

1920 - É criada em Lisboa a Liga Africana, ramo do Movimento Pan-africano.

1928 - Com a subida ao poder de Salazar, a era fascista começa para Portugal e para as suas colónias.

1929 - É fundada em Luanda a LNA - Liga Nacional Africana, composta por mestiços e assimilados. Agrupa várias organizações clandestinas e semi-clandestinas.
Nasce o Grémio Africano (Corporação Sindical) que mais tarde tomará o nome de Associação dos Naturais de Angola (ANANGOLA).

1931 - Fundação em Lisboa de um «Centro de Estudos Africanos», de onde saíram leaders como Agostinho Neto, Amílcar Cabral, Eduardo Mondlane, Marcelino dos Santos, etc..

1953 - Fundação do Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola (PLUA).

1954 - Fundação da União das Populações do Norte de Angola, que se tornaria na UPA (União das Populações de Angola) em 1958. Movimento presidido por Holden Roberto e apoiado pelo grupo étnico kikongo (Norte de Angola) .

1955 - É criado o PCA (Partido Comunista de Angola).

1956 - Greves dos «trabalhadores forçados» do Norte.
Fusão do PLUA e do MIA (Movimento para a Independência de Angola) e formação do MPLA sob a direcção de Agostinho Neto.

1957 - Face ao desenvolvimento das actividades políticas nacionalistas, a repressão colonialista é reforçada.

1958 - Nascimento do Movimento para a Independência Nacional de Angola (MINA) que se unirá ao MPLA.

1959 - Prisão de várias centenas de pessoas, entre as quais vários responsáveis do MPLA. Entretanto, no estrangeiro, este Movimento começa a desenvolver intensa actividade denunciando as atrocidades de que o povo angolano é vítima.

1960 - O MPLA lança um primeiro apelo a todas as organizações angolanas no sentido de criar uma Frente de Libertação de Angola.
O MPLA dirige-se ao Governo Português e propõe uma solução pacífica para o problema colonial, proposta que é recusada por Salazar. As tropas portuguesas estacionadas em Angola são reforçadas e procedem a muitas prisões. Agostinho Neto é detido em Luanda. A população da sua terra natal pede a sua libertação numa manifestação pacífica. A repressão não se faz esperar. Agostinho Neto é deportado para Portugal, em seguida para Cabo Verde e, mais tarde, para a prisão do Aljube de onde se consegue evadir em 1962.
O MPLA e outras organizações nacionalistas dão uma conferência em Londres, na qual é anunciada a «acção directa» .

(À bela Pátria Angolana
Nossa Terra nossa Mãe
Havemos de voltar

Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente
Agostinho Neto )

1961 - A população do Vale de Kassanje organiza uma greve para obter o aumento do preço do algodão. A greve é reprimida selvaticamente com a utilização de meios aéreos.
Tendo corrido o boato que o «Santa Maria», navio desviado por Henrique Galvão, rumava para Luanda, muitos foram os jornalistas que afluíram à capital angolana. Os militantes do MPLA, que operavam clandestinamente em Luanda, decidiram fazer coincidir a sua planeada acção para libertar os presos políticos com a presença destes jornalistas, no intuito de atrair a atenção do mundo para a sua luta. Os seus intentos não foram alcançados e o massacre não se fez esperar. O jornal inglês «Observer» chegou a apontar 20 000 como o número total de angolanos mortos. Recorreu-se a métodos tão horrendos como o de agrupar pessoas e passar-lhes um bulldozer por cima, ou ainda o de metê-las em canos de esgoto, regadas com petróleo e lançando-lhes fósforos.
É o princípio da verdadeira insurreição popular. A guerra começa.
O Conselho de Segurança da ONU convida as autoridades portuguesas a cessar todas as medidas de repressão.

1962 - A guerra de libertação continua. A população em luta está dividida entre o MPLA e a UPA.
É fundada a FNLA que nasce da fusão da UPA com outros pequenos movimentos.

1963 - O Congo-Kinshasa reconhece a FNLA, o mesmo não acontecendo ao MPLA.
Entretanto o MPLA abre uma nova frente em Cabinda, ao mesmo tempo que na frente Norte só as regiões dos Dembos e de Nambuangongo, sob a direcção do MPLA, resistem à repressão colonialista.

1964 - É nítida a regressão da actividade da FNLA, que tem dificuldades com o governo congolês de Tshombé. A luta de libertação é mesmo travada pela FNLA que prende e assassina militantes do MPLA.
A Organização de Unidade Africana reconhece o MPLA, o que já havia feito no ano anterior em relação à FNLA.

1965 - As tentativas da OUA para unificar os dois movimentos não dão qualquer resultado. O MPLA denuncia a política tribalista de Holden Roberto e a infiltração no seu seio de agentes da CIA.

1966- Jonas Savimbi, dissidente da FNLA, cria a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola).
Nova frente é aberta pelo MPLA a leste do território, enquanto a actividade militar aumenta no Norte e em Cabinda.

1967 - É reforçada a ajuda militar, política e económica da Nato e da África do Sul a Portugal. O MPLA desenvolve a luta de libertação. Estagnação quase total da actividade da FNLA. Segundo um comunicado das forças portuguesas, nove províncias angolanas já estão abrangidas pela luta armada.

1968 - a OUA retira o seu apoio à FNLA. O MPLA constitui órgãos embrionários de Poder Popular.
Na 5ª Conferência da OUA, realizada na Argélia, o MPLA é reafirmado como único representante do povo angolano.

1969 - A zona parcialmente controlado pelo MPLA estende-se por 10 províncias, com uma população de dois milhões de habitantes (cerca de metade da população total de Angola).

1970 - O papa Paulo VI recebe em audiência Agostinho Neto, presidente do MPLA.

(Nos anos seguintes, a guerra desenvolve-se com o seu cortejo de mortes, de desertores e de estropiados ...)

1974 - O então general Spínola publica o livro «Portugal e o Futuro». Pela primeira vez uma personalidade do regime aprecia publicamente o problema colonial sem se servir da «cartilha oficial». Demasiado tarde, porém. A doença já não tinha cura ...
Na madrugada de 25 de Abril, o fascismo cai de podre. Outrotanto acontecerá ao colonialismo sob todas as formas.

(Quando eu voltei
O dia esta escolhido
E chegava a hora
....................................
Todos tentavam erguer bem alto
A Bandeira da Independência
Agostinho Neto )


As ambiguidades internas do processo português reflectiram-se, como não podia deixar de ser, no processo angolano. As pressões e apoios externos fizeram-se sentir, mais cedo até em Angola do que em Portugal. As convulsões sucederam-se e quase toda a população branca abandonou Angola, não se integrando na luta pelo seu futuro.
Angola, porém, tem já encontro marcado com o seu destino : 11 de Novembro de 1975 - data fixada para a independência.
A paz voltará um dia (que desejamos próximo) ao seu solo e, finalmente, os jovens angolanos poderão sorrir e orgulhar-se dos seus antepassados. Um deles, Agostinho Neto, virá a escrever poemas que todo o seu povo entenda. Alguns, aliás, são já canções ouvidas em território libertado : dupla homenagem a um revolucionário e a um poeta.





( Novembro de 1975 )




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