O NASCER DOS SONHOS
J.B.Xavier
Olhei pela janela dos meus dias...
Meu Deus!
Que vazias!
Nada nos parapeitos,
Nem os vasos das minhas esperanças...
Olhei para minhas realizações...
Deus!
Quantas decepções!
São de cartas todos os meus castelos,
Que o mínimo vento desfaz.
Olhei para o horizonte dos meus sonhos...
Deus! Que espectros medonhos
Restaram dos meus sonhos dourados...
Alguns nem começados,
Outros inacabados...
E olhando pela janela, lá embaixo,
Vi meus vasos no chão, espatifados,
E a areia, (minhas esperanças) deles escoando.
Vi depois os cacos serem juntados
Com carinho por uma doce criança,
Que aquele velho vaso quebrado,
Depois de o ter concertado,
Encheu-o todinho de esperança.
* * *
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