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Contos-->Quando algo acontece -- 24/09/2001 - 00:11 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“...o que eu gostaria muito de saber é como ele será quando não houver homens e os feitos que só eles causam...” José Saramago – A jangada de Pedra

A escova percorria toda a extensão das gengivas. O sol era rei naquela manhã. As crianças já estavam na escola. As pessoas caminhavam aos seus devidos destinos. Da mesma maneira que fizeram ontem. Um passo atrás do outro. Um depois o outro.
Plaf! Mas um gato que não viu o taxista. Mas um taxista que não viu o gato. E assim a vida segue em frente. O dia se inícia para alguns, da mesma maneira que se iniciou ontem; para outros o dia ainda termina. E o sono aparece carregando uma preocupação tranquila. Uma vontade de paz. Dormir para sempre.
O homem apertou o botão. As caixas de som esgoelaram os avisos. A imagem tenta ser convinscente, mas não consegue. A senhora queima os lábios ao beber do café. Sai mais uma fornada de broas na padaria. O cheiro alegra as calçadas.
O menino grita as manchetes vindas da imprensa escrita. É só mais uma mãe que chora. Atletas correm para tentar chegar. A preguiça dorme para tentar chegar. O vendedor vende para tentar chegar. E todas as pessoas, todas aquelas que têm seus devidos destinos não sabem à onde vão. E mesmo assim têm pressa para chegar.
Os olhos do cego brilham com o perfume da donzela. A cotação do dólar cai. O motorista não foi trabalhar. A garota procura um namorado. A velhice entedia o asilo. Restaurante procura freguês. Freguês procura emprego.
As janelas sorriem para o futuro. O asfalto transpira o calor. O mendigo refresca-se na fonte. A fonte alimenta as esperanças dos desejos. E o bolso do mendigo.
O pastor é amigo de Deus. Os fiéis oram. Amém. Deus não tem amigos. E apaixonam, os maravilhosos templos. Caiu a sequência de dominós. Caíram mil corpos de uma só vez.
Vem lá do céu a ave de asas prata. Chega sem pedir e invade a sala. Não limpa os pés. E se acomoda para dormir para sempre. Vem lá do céu a ave de corpo forte. Abre as janelas e joga o indesejável fora. Mata a própria sede com dois copos de cólera.
O solo é forte, diz a semente ao retirar seus braços para fora. E degusta do primeiro trago de ar. A fome é a vontade de comer. A sede é amiga da fome. E vice-versa. As pessoas, agora, rezam. Amém. Mas se esquecem que Deus não tem amigos.
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