São justamente essas imagens coloridas da incompreensão e do extremismo que me aturdem e me metem medo. Uma lástima ver tantas perdas de um lado e do outro, tanto ódio e destruição de ambos os lados e todo o antagonismo propagado ao vivo e a cores para que nos fira os olhos e nos embote o raciocínio. É também lamentável toda a retórica em nome de Deus dos dois extremos. Quero estar nessa festa da compreensão entre os homens , mas acho que antes teremos que presenciar [queiram os deuses!] essa catarse, essa limpeza que periodicamente a humanidade parece ter que atravessar. Nesses momentos temos que segurar a cabeça para manter a lucidez e não nos deixarmos perder nos labirintos e nas confusões, como o adolescente branco americano que ontem, na Flórida, explodiu sua pequena aeronave contra um edifício deixando uma nota de apoio à terrível e abominável tragédia de 11 de setembro. Mais chocante é ver o poder do marketing : hoje no New York Times um terço de uma página é dedicada aos produtos que estão no mercado do Afganistão e Paquistão, entre camisetas com a esfinge de Mr. bin Laden, balas e bombons Super Osama bin Laden e, pasme, Usama Bin Laden Cologne Spray. Fico a pensar: se os dois países estão quebrados e em guerra, sem dinheiro para comprar comida e outras coisas básicas, como já têm condição de produzirem esses bens e colocarem os produtos no mercado com refinado advertising? Capital americano? Continuo me perguntando: onde está o Bem, onde está o Mal.
Abraços confusos
F.
06/01/2002