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Poesias-->Nas esquinas da cidade -- 03/11/2001 - 13:02 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
De manhã, logo quando o sol embala os versos dos pássaros.; logo quando o riacho desce o leito do rio sussurando à sombra os segredos, que a noiva da noite...

A lua, confidenciou.; logo quando o orvalho oscila gélido no galho seco da árvore morta, as mãos de uma senhora limpando o aslfalto, catando o lixo.; as mãos de um senhor a mistura-se à terra, a sangrar a ferida, enquanto o filho entre um carro e outro pede esmolas, fuma cigarros, bebe a cachaça e ouve o som...

Enquanto na cidade as luzes da noite passada se apagam e a fumaça suja, enfeia o ar.; o barrulho horrendo dos carros rompe o silêncio e os detritos tóxicos misturam-se ao corrego da cacimba, do igarapé, do rio... Enquanto jogamos latas, paus,pneus, vidros e baterias na água que bebemos.

A cidade está cheia. Há deficientes pelambulando pelas calçadas, que dividem o mercado com os medigos,que dividem o carma com os bandidos, que dividem a miséria com os meninos, que dividem a dor com as prostitutas, que dividem o seu lugar, de mortos vivos, como amigos.

E nós em casa, as vezes no trabalhos, as vezes na depressão,quase sempre no bar, olhamos,criticamos, criticamos, criticamos. Não nos responsabilizamos, não nos organizamos...Só estudamos...Pra fazer o que eles querem, pra ficarmos de óculos, com os livros sob o braço esperando o semáfaro abrir ou fechar, pra calar, pra ficarmos de boca fechada, pra nada...

E quando gritamos de dor, igualando-nos aos imundos, estaremos juntos aos mortais e não adianta mais, não adianta mais, pensamos.

Somos drogados.;

Somos envergonhados, enclausurados em nossas prórias casas, pra morrer dia-a-dia, dia-a-dia.; na verdade pra voltarmos à tona e elejer novamente esses paleolíticos zangões.Artistas dos capitais.

A cidade é uma prece.; uma pura desordem,

uma graça sem graça nemhuma, um aborto do mundo, do absurdo, que nos pari, que nos pari em solidão, em servidão, em ilusão com culpa ou sem culpa alguma. É um contraste.

Um traste.

Povo! Temos mãos! Relogio,

Cabeça e pés no chão!

Essa terra que a lei diz, essa terra que eles reclamam, não é minha nem sua. E se tudo virar poeirão?! Essa penúria sim!

Essas mortes que morrem os filhos, os pais e os amigos, desconhecidos e pagãos, são tão nossas quanto julgam o perdão.

Deus vê o coração,

O Artista a ilusão e o homem, se não tomar cuidado, vira pó, sem erguer-se dessa prisão.

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