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Artigos-->U-zine (30) -- 23/08/2003 - 04:13 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Depois de longa e proveitosa hibernação, e em meio a vários outros usos indevidos desta marca de fantasia e criatividade, o U-zine chega redondinho ao número 30. E, na enxurrada de textos sobre espiritismo ou outras tendências sobrenaturebas, bem como para escancarar de vez o blefe que são essas linhas diretas de certos autores-certamente-não-meus-leitores com o Criador, este número começa muito antigamente, oh! God, em priscas, pré-dostoievskianas e pré-nitzscheanas eras, quando Deus ainda não estava morto e enterrado, quando Deus ainda existia. [Os acordes de "Also sprach Zarathustra" seguem num crescendo ensurdecedor, levando este escriba ao quase paroxismo.]



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[Agora, um rondó bem saltitante] Antigamente, quando Deus ainda existia, para levantar o moral das tropas do Bem em pequenas, médias e grandes empreitadas belicosas, costumava-se enviar ao front alguma loura vedete do rebolado ou da canção. Poupo-me de considerações sobre guerras caseiras: a cena antológica de Carandiru, com o "talento" de Rita Cadillac. Ela, que faz questão de ser colocada de bruços no caixão, para não correr o risco de não ser reconhecida. Retomo: com o "talento" de Rita Cadillac embalado em saiote sumário, de tiras amarelas.



Por falar em Rita Cadillac, até há bem pouco, as duas locomotivas mais novas da Fepasa em Araraquara (já não é mais Fepasa) atendiam por: Marta Rocha e Wanderléa.



Em tempo: ao lado de Luiz Ayrão e de, sob o governo do PT, Lecy Brandão, alguns componentes da Jovem Guarda vêm abafando pra caramba nas churrascarias locais: Os Vips, Jerry Adriani, Waldirene, entre outros, são hoje figurinhas fáceis na gordurosa cena dos cenáculos locais.



É claro que eu conheço essa turma toda. Hoje, no restaurante da Rodoviária, o Terraço, o garçon gaúcho me perguntava se eu conhecia aquele "mala" (sic) que estava numa das poucas mesas ocupadas. Olhei, e foi como se os meus olhos tivessem atravessado o nada. Era um certo Rafael, da Casa dos Artistas. Aí, sim, eu me lembrei. A pobre Vanusa peregrinou por tudo que era programa de TV, na época, conforme noticiava a Barbara Gancia, para negar, com toda veemência que o caso nem demandava, que o filho fosse gay.



Em tempo, e talvez não por acaso, no Dia das Mães a Vanusa fez um sucesso daqueles no majestoso Teatro Municipal desta cidade.



Deixando um pouco de lado esse nosso devastado cenário pós-pop, voltemos ao pós-guerra também é guerra , falando das louras que cumpriam a função de Viagra pró-punheta, quando de outros conflitos.



Betty Grable se fez a loura celebridade que ainda é - já andei consultando o site da mocinha na internet, com a tímida pretensão de me transformar em ghost-writer de um grande amigo araraquarense - last but not least, por sua corajosa presença em diversas ocasiões assim depressivas, tendo, imagino, ditado moda (tailleurzinhos da hora) para 9 entre 10 professoras de inglês daqueles idos.



Marlene Dietrich também fez a sua parte, quando se tratava de animar os aliados na luta contra o nazismo. Foi um daqueles momentos em que, diria Leminski, "todas las armas son buenas". E que buenas, terão gritado, com absoluta certeza, os varões assinalados.



Mas também costumavam enviar ao front comediantes da cepa do recém-desencarnado Bob Hope. E era mesmo compreensível que, em certas ocasiões, suas piadas só pudessem ter merecido mesmo risos amarelos. Japão, Coréia, Vietnã, por que sempre as terras do sol nascente? Talvez porque ficasse mais fácil distinguir o inimigo, evitando este problema de agora com o fogo amigo.



Cena memorável: a lourinha alemã, sozinha no palco, apavorada com os apupos, põe-se a entoar, timidamente a princípio, uma canção tradicional alemã, despertando, pouco a pouco, em cada um dos soldados, o bebê chorão que há tempos andava adormecido. Comovente. A atriz, depois disso, e não era pra menos, passaria a ser a sra. Kubrick. A cena, magistral, está em "Glória feita de sangue", que acaba de ser lançado em DVD, juntamente com os dois outros filmes do jovem Kubrick: "O grande golpe" e "A morte passou por perto".



Sinal dos tempos, eu pensava ainda hoje, que as tropas, hoje, se contentem com um feixe de músculos. E que feixe! Antigamente, lambiam os beiços com o de que não dispunham. Hoje, miram-se no espelho do que jamais foram ou serão. No Iraque da (falta de) ocupação, Arnold Schwarzenegger causou furor entre os 140 mil espantalhos mui espantados, perdidos no areal (para o Décio Pignatari, no início dessa guerra, os EUA estavam entrando num "Vietnã de areia"] na hora adversa que Deus concede aos seus, cercados por todos os lados por uma população de 24 milhões de homens-bomba em potencial.



E o corpo do nosso homem no Iraque, Sérgio Vieira de Melo (convenientemente embalsamado, supõe-se), chega ao Rio de Janeiro neste sábado, para ser velado e depois seguir rumo a Paris (ou rumará para alguma localidade perdida na Suíça?), onde finalmente haverá de descansar de toda essa pós-moderna badalação post-mortem. Ou a palavra "baldeação" teria calhado na última frase?



Mas eu pensava em Arnold Schwarzenegger, ao ver o anúncio de mais um desses filmes-porrada, cujo astro é VIM DIESEL. Who? O nome é mesmo translingüisticamente sugestivo. E explosivo. Como explosivos são 9 entre 10 traillers de filmes do gênero. Haja tímpanos!



Depois dos jornais, e dessas reflexões somente possíveis num mundo devidamente conflagrado ("Não me digam que estourou a paz?"), tomo a grave decisão de percorrer a net, esse campo terrivelmente minado e contaminado por aberrações diversas. Antes ainda de me aventurar, a alma no papo, o coração aos pulos, por seu waldomirífico epicentro, o usinadeletras , onde cada gesto autoral é decisivo, adrenalina pura, um e-mail do Carlos Pompe me fez saber que o "Teologia da Esculhambação", empacado em seu número 100, no que depender de um little help from this old good friend , deve seguir em frente. E ele me oferece de bandeja o texto que eu ainda não teria:



"Se Arnold Schwarzenegger pode ser governador, então tudo é permitido."



Valeu, Dostoiévski! Valeu, grande amigo e leitor Carlos Pompe, a quem torno a dirigir a pergunta que há tantos anos, desde os tempos da Capitão José Dias, na Sorocaba mítica distante, insiste em não querer calar [private-joke que ele próprio talvez já não localize no que resta de sua memória sorocabana]:



"E Dunira,

saberá?"



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No próximo número, tento revisitar o róseo cenário da nova Pax Usineira. Andei me fazendo de morto, mas cobra, como se diz, quando pensa, já é o bote", tá clicado?

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