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Cartas-->Carta a Chico Buarque -- 06/10/2006 - 11:53 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
COLUNA DE DIEGO CASA GRANDE NO ESTADO DE SP

CARTA PARA O CHICO BUARQUE
29.09, 14h02
por José Danon (*), no Estadão

Chico, você foi, é e será sempre meu herói. Pelo que você foi, pelo que você é e pelo que creio que continuará sendo. Por isso mesmo, ao ver você declarar que vai votar no Lula “por falta de opção”, tomei a liberdade de lhe apresentar o que, na opinião do seu mais devoto e incondicional admirador, pode ser uma opção.

Eu também votei no Lula contra o Collor. Tanto pelo que representava o Lula como pelo que representava o Collor. Eu também acreditava no Lula. E até aprendi várias coisas com ele, como citar ditos da mãe. Minha mãe costumava lembrar a piada do bêbado que contava como se tinha machucado tanto. Cambaleante, ele explicava: “Eu vi dois touros e duas árvores, os que eram e os que não eram. Corri e subi na árvore que não era, aí veio o touro que era e me pegou.” Acho que nós votamos no Lula que não era, aí veio o Lula que era e nos pegou.

Chico, meu mestre, acho que nós, na nossa idade, fizemos a nossa parte. Se a fizemos bem feita ou mal feita, já é uma outra história. Quando a fizemos, acreditávamos que era a correta. Mas desconfio que nossa geração não foi tão bem-sucedida, afinal. Menos em função dos valores que temos defendido e mais em razão dos resultados que temos obtido. Creio que hoje nossa principal função será a de disseminar a mensagem adequada aos jovens que vão gerenciar o mundo a partir de agora. Eles que façam mais e melhor do que fizemos, principalmente porque o que deixamos para eles não foi grande coisa. Deixamos um governo que tem o cinismo de olimpicamente perdoar os “companheiros que erraram” quando a corrupção é descoberta.

Desculpe, senhor, acho que não entendi. Como é, mesmo? Erraram? Ora, Chico. O erro é uma falha acidental, involuntária, uma tentativa frustrada ou malsucedida de acertar. Podemos dizer que errou o Parreira na estratégia de jogo, que erramos nós ao votarmos no Lula, mas não que tenham errado os zésdirceus, os marcosvalérios, os genoinos, dudas, gushikens, waldomiros, delúbios, paloccis, okamottos, adalbertos das cuecas, lulinhas, beneditasdasilva, burattis, professoresluizinhos, silvinhos, joãopaulocunhas, berzoinis, hamiltonlacerdas, lorenzettis, bargas, expeditovelosos, vedoins, freuds e mais uma centena de exemplares dessa espécie tão abundante, desafortunadamente tão preservada do risco de extinção por seu tratador. Esses não erraram. Cometeram crimes.

Não são desatentos ou equivocados. São criminosos. Não merecem carinho e consolo, merecem cadeia. Obviamente, não perguntarei se você se lembra da ditadura militar.

Mas perguntarei se você não tem uma sensação de déjà vu nos rompantes de nosso presidente, na prepotência dos companheiros, na irritação com a imprensa quando a notícia não é a favor. Não é exagero, pergunte ao Larry Rother do New York Times, que, a propósito, não havia publicado nenhuma mentira. Nem mesmo o Bush, com sua peculiar e texana soberba, tem ousado ameaçar jornalistas por publicarem o que quer que seja. Pergunte ao Michael Moore. E olhe que, no caso do Bush, fazem mais que simples e despretensiosas alusões aos seus hábitos ou preferências alcoólicas no happy hour do expediente.

Mas devo concordar plenamente com o Lula ao menos numa questão em especial: quando acusa a elite de ameaçá-lo, ele tem razão. Explica o Aurélio Buarque de Hollanda que elite, do francês élite, significa “o que há de melhor em uma sociedade, minoria prestigiada, constituída pelos indivíduos mais aptos”. Poxa! Na mosca. Ele sabe que seus inimigos são as pessoas do povo mais informadas, com capacidade de análise, com condições de avaliar a eficiência e honestidade de suas ações. E não seria a primeira vez que essa mesma elite faz esse serviço. Essa elite lutou pela independência do Brasil, pela República, pelo fim da ditadura, pelas diretas-já, pela defenestração do Collor e até mesmo para tirar o Lula das grades da ditadura em 1980, onde passou 31 dias. Mas ela é a inimiga de hoje.

E eu acho que é justamente aí que nós entramos. Nós, que neste país tivemos o privilégio de aprender a ler, de comer diariamente, de ter pais dispostos a se sacrificar para que pudéssemos ser capazes de pensar com independência, como é próprio das elites - o que, a propósito, não considero uma ofensa -, não deveríamos deixar como herança para os mais jovens presentes de grego como Lula, Chávez, Evo Morales, Fidel - herói do Lula, que fuzila os insatisfeitos que tentam desesperadamente escapar de sua “democracia”.

Nossa herança deveria ser a experiência que acumulamos como justo castigo por admitirmos passivamente ser governados pelo Lula, pelo Chávez, pelo Evo e pelo Fidel, juntamente com a sabedoria de poder fazer dessa experiência um antídoto para esse globalizado veneno. Nossa melhor herança será o sinal que deixaremos para quem vem depois, um claro sinal de que permanentemente apoiaremos a ética e a honestidade e repudiaremos o contrário disto.

Da mesma forma que elegemos o bom, destronamos o ruim, mesmo que o bom e o ruim sejam representados pela mesma pessoa em tempos distintos. Assim como o maior mal que a inflação causa é o da supressão da referência dos parâmetros do valor material das coisas, o maior mal que a impunidade causa é o da perda de referência dos parâmetros de justiça social.

Aceitar passivamente a livre ação do desonesto é ser cúmplice do bandido, condenando a vítima a pagar pelo malfeito. Temos opção. A opção é destronar o ruim. Se o oposto será bom, veremos depois. Se o oposto tampouco servir, também o destronaremos. A nossa tolerância zero contra a sacanagem evitará que as passagens importantes de nossa História, nesse sanatório geral, terminem por desbotar-se na memória de nossas novas gerações.

Aí, sim, Chico, acho que cada paralelepípedo da velha cidade, no dia 1º de outubro, vai se arrepiar.

Seu admirador número 1,

Zé Danon


(*) José Danon é economista e consultor de empresas

***

Mensagem recebida de Jorge Luiz:

From: jetgo44@gmail.com
To: ttacitus@hotmail.com
Subject: Usina de Letras -- Contato do Leitor
Date: Sun, 22 Oct 2006 17:12:10 -0300

Mensagem referente ao texto Carta a Chico Buarque - Cartas.
Enviado Por: Jorge Luiz Correa
Da cidade: Salvador - Bahia

É ZÉ Você foi espérto... "pongou" no CHICO! e conseguiu o seu FLASH na WEB-BRASIL! Mas, tenha
calma... aguarde o seu lugar na ribalta...o Sr. Beting ainda tem alguma lenha prá queimar!
Senhor consultor: Creio que você deveria ao menos tentar conhecer a História de nosso País... a sua
genealogia... a do Lula, mas eu o entendo, - você deve ser mais um daquêles que enxergam os
processos sob a ótica percentual - seu Guru deve ser o outro espérto Sr. Joemir Beting o
Mr. PERCENTUAL, aquêle que inventou uma fórmula mágica: tudo êle consegue transformar
em % (água da chuva, tsunamis, cusparadas, idiotices), e pasmen! ainda consegue viver
e ganhar muito bem, vendendo o seu monólogo de vírgulas-percentuais na TV e em palestras
DATASHOW-PPT´s, que alguns dos nossos obtusos empresários ainda arriscam pagar!
Não adianta espernear... a mudança tem que continuar... Mas, temos que entender que não
há sistema perfeito... há limites e erros, estes dossiês... mensalões... rateios, estão
aí e passaram por herança desde o tempo do Império... o X da questão é saber avaliar
porque isto veio a tona agora....!

Mas o que não podemos deixar acontecer é que VOLTE ao PODER a QUADRILHA que se perpetuou
por mais de 100 anos, que colocou os milicos no Poder, que endividou o país, distribuindo
os empréstimos para os apadrinhados, que encheu este país de analfabetos... flanelinhas Não há
varinhas mágicas... não há outra saída... temos que interromper a concentração da riqueza
no topo da pirâmide... temos que investir na base... se quisermos que nossos netos, bisnetos
vivam em um país digno, temos que investir em alimento e escola para os nossos pés rapados...
ou fazemos isto ou teremos que encher realmente o país de penitenciárias e fábricas de
flanelinhas- como quer aliás o BOM MÔÇO - GERALDO! Mas não bastam poucas flanelas... a
sujeira é histórica! é só pesquisar os livros de história e meditar sobre a forma de Dominação
e Poder: concentração e distribuição das riquezas para os "Nobres", acesso a cultura e educação
para poucos... e exploração da ralé: resultado disto? guerras, caos... revoluções...
ignorância... penitenciárias... flanelinhas... retrocessos!

É plenamente justificável que um economista-consultor de empresas tenha uma
visão tão míope da história de nossa civilização, falta-lhe retrovisor... falta-lhe percepção
mental - será lobotomia? ou preguiça de "consultar" a história das civilizações?
- para avaliar os processos de surgimento dos Fideis, Lulas, Chavez, Evos...

Enganan-se aquêles que imaginam haver alternativas onde todos ganham...
temos que saber que deverá haver sacrifícios... Ou continuamos com as mudanças, ou não seremos
mais conhecidos como o PAÍS DA AQUARELA, mas como o BRASIL DAS FLANELAS!

Um abraço

Jorge Luiz Correa Salvador - Bahia.

***

Carta-resposta a Jorge Luiz

Brasília, 23/10/2006

Caro amigo,

Concordo que a roubalheira veio desde o Império - antes até, com as Capitanias Hereditárias. Agora, você concordar com a roubalheira petista, estimada em mais de R$ 3 bilhões, além do próprio presidente ficar milionário por conta de diárias que recebe de viagens ociosas, e de Lulinha que teve uma injeção de R$ 15 milhões da Telemar - concordar com essa patifaria que está aí só porque ela é antiga, mostra o caráter que você tem, igual a todo petista.

Aliás, para refrescar sua memória: a roubalheira só veio à tona quando um dos meliantes que compunham a bandidagem petista deu com a língua nos dentes, que passou a girar sua metralhadora, atingindo muitos em volta, já que não iria aceitar afundar sozinho: o deputado cassado Roberto Jefferson. O mesmo havia acontecido com Collor, deposto depois que o próprio irmão o denunciou - além do caseiro que o incriminou na história mal-contada da perua Fiat Elba. Collor caiu devido a uma Fiat Elba, Lula não caiu por quê, se é o chefe da quadrilha que roubou mil vezes mais do que Collor? Porque Lula é mais poderoso que Mussolini, tem falanges totalitárias a lhe dar sustentação, como o messetê, o MLST do marginal Bruno Maranhão, o próprio PT, a CUT, a UNE, o PCdoB e socialistas de outros calibres. Além do terrorismo eleitoral promovido neste segundo turno, acusando Alckmin de privatizar a Petrossauro e outros mastodontes que deveriam ter sido privatizados há muito tempo, evitando os mensalões e valeriodutos do governo petista. Estatal só serve para dar emprego à companheirada e é a origem de toda a corrupção que existe no Brasil, pois permite o patrimonialismo denunciado pelo sociólogo Max Weber, em que se mistura o público com o privado.

Os milicos erraram somente em uma coisa: não fizeram a "limpeza" que Pinochet fez no Chile e Fidel em Cuba. Se aqui tivesse tido "paredón", não haveria tanto lixo, tanto sacripanta que você venera - Luiz Carlos Prestes, Apolônio de Carvalho, José Dirceu, José Genoíno, Dilma Rousseff, Fernando Gabeira e outros antigos terroristas a serviço do comunismo internacional. Durante o governo dos militares, o Brasil passou a ter telefone funcionando, passou a ter televisão colorida, passou a ter estradas, e em torno de 50 milhões de pessoas saíram da miséria, levando nosso País a ocupar a 8ª posição entre as nações, quanto ao PIB. Antes, estávamos na 48ª posição. Os milicos que você tanto detesta criaram o Mobral, o BNH, Itaipu, Ponte Rio-Niterói, Sobradinho, Tucuruí, Embratel, Embraer, Banco Central e milhares de outras obras de infra-estrutura. Os milicos colocaram o Brasil no mapa do mundo. Pena que ficaram muito tempo no poder e por isso se desgastaram, por conta, principalmente, dos dois choques de petróleo (1973 e 1979), quando o País começou a patinar como patina nestes tempos lulanos - somos os últimos das Américas, estamos apenas na frente do Haiti, em guerra civil há anos!

Uma coisa os generais-presidentes não fizeram como o governo Lula faz a torto e direito: eles não roubaram! Corrupção sempre houve, em todos os países, em todos os tempos. Porém, o dinheiro que era emprestado no exterior, a dívida externa que no final dos governos militares não era a quarta parte do que é hoje, foi proveniente de petrodólares que ajudaram a construir o Brasil do século XX, que saiu da Idade Média para a modernidade. Enquanto que em outros países latino-americanos os presidentes ficaram ricos, no Brasil todos eles morreram apenas remediados. Nenhum general-presidente pós-64 ficou rico, como Lula ficou (que duplicou seu patrimônio em 3 anos e meio, hoje em torno de R$ 1 milhão) e como Lulinha também ficou milionário, junto com 2 sócios petistas (a acima citada "piñata" de R$ 15 milhões da Telemar).

Lula reeleito, podemos cantar a música funk "Tá tudo dominado". Como diria Stanislaw Ponte Preta: "Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!" (Cfr. http://www.releituras.com/spontepreta_lalau.asp).

E viva a República Socialista dos Bandidos!

Félix




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