Usina de Letras
Usina de Letras
104 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62239 )

Cartas ( 21334)

Contos (13264)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10368)

Erótico (13570)

Frases (50636)

Humor (20031)

Infantil (5436)

Infanto Juvenil (4769)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140810)

Redação (3307)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6194)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->3554 - Quase irmãos -- 12/05/2013 - 21:16 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Foi ótimo, mas fechamos ásperos. Está escrito no escrito passado e poderia ser assim: Foi áspero, mas fechamos ótimos! A linha que difere áspero e ótimo é quase nada, pela nossa pouca diferença de idade. Faz de nós dois uns quase irmãos, somos bons de aspereza e melhor de convivência, o que acho ótimo. Falamos e ouvimos o que queremos e o que não. Os beiços não duram muito, o tempo de um telefonema. Não ganhamos nos pontos de vistas, eles existem para perdermos um do outro; simplesmente existem para convivermos e aqui é que está o ganho. Entre mim e meu irmão caçula existem vinte e um anos de diferença, continuamos irmãos. Entre mim e ela só existem dezoito anos e quatro meses, somos como irmãos e adolescentes. Assim somos, mãe e filho, quase irmãos há mais de muito tempo.
Sem dó me colocou na escola, com seis anos e meio, numa época que o normal era aos quase oito. Nunca achei ruim. Não achou também, quando saí de casa cedo, acreditou ser o meu caminho. Fui deixando de ser só filho por aí; voltando em casa a nossa amizade se renovava, isso é reflexão de agora, o que dá na mesma se fosse reflexão de outrora.
Nossa amizade permite uma aspereza ótima. Tinha marcado vê-la este final de semana, só que ontem acordei tarde e não fui, nem tentei e já era para não ir mesmo. Tocou o telefone, não atendi e liguei de volta - Viu, cadê você, já estou co´as coisas na mesa. Não vou mais, cansei. Quêeeeê podia ter ligado, tudo de bão aqui, quentinho... Ah vá... Tchauuu. Um dois três, trrimmm. Atendi - Oi, fala... Falá o quê e desligou. Um dois três quatro, entendi o não sou palhaça, dito entre os dentes. Assustei e dei risadas. Amanhã eu falo. Falei - Oi mãe, feliz seu dia e conversamos a parte ótima, contou de algo e alguma. Entre esses dois telefonemas, a Edna falou duas vezes com ela, só para constar.
Não era uma mãe que ia me defender de alguma coisa, naquela época de grupo. Era uma irmã mais velha. A mesma que entrou na secretaria do ginásio, pois ouviu que eu não poderia fazer a matrícula. Num raio entrou, num raio saiu sorridente, era papo de vizinha. Desceu para casa, falando - Como, se ele fez o externato junto com o quarto ano. Ainda bem que já matriculou. Devo ter ganhado uma maça argentina e comido escondido na área. E quando chegava a chuva, daquelas bem brabas, então. Só corre corre pelos quartos, coisa de adolescentes, nós e nossa mãe, todos irmãos a se esconder, até em baixo da cama.
Aquela moça de tudo, acompanhada de seu filho mais velho, mais velho que ela, pedindo ajuda para uma autoridade, para que pudesse dar conforto a outro filho especial. Penso que o deputado viu nos como irmãos, ou quase. Tenho na memória algumas confusões nossas, briga mesmo, quando a gente se xingava e ela fingia que não deixaria eu entrar dormir. Algum tempo depois, abria a porta e me punha para dentro. Dia seguinte, a vida continuava, até a próxima rusga.
Comprava revistas de fotonovelas e eu disputava a leitura; mãe teria deixado, irmã não, só depois que lesse. E lia, só depois eu e com cuidado. Quando eu ia buscar na banca, já vinha lido. Grande-Hotel, Capricho, Sétimo Céu; Jacques Douglas, Giovanna Ralli, Franco Andrei, como referências; se alguém leu, só depois dela. Levou bom tempo para aceitar a Edna, se bem que gostou na hora, mas, sabe como é, crivo de irmã mais velha não é fácil não.
Éramos e somos mãe e filho, com todo o respeito, porém sem quase todo ele, quando queremos e somos irmãos, ou quase. Aqui ganhamos a liberdade da aspereza, da discussão sem a necessidade de vencer, já somos vencedores pela nossa natureza e convivência. Mesmo assim, quero mandar um abraço, neste domingo doze de cinco de treze, a Dona Cida, com um beijo ao vivo, na minha próxima ida.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui