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Artigos-->A vida em ebulição -- 18/08/2003 - 09:03 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um micróbio se multiplica em água fervente e "respira" ferro. A bactéria, batizada Cepa 121, sobreviveu a duas horas sob 130 graus Celsius e em seguida, à temperatura de 103º graus, voltou a se reproduzir. Ela vive em torno de chaminés vulcânicas submarinas, onde não há luz, a água é repleta de substâncias tóxicas e a pressão é tal que esmagaria qualquer coisa que vive sobre a terra. Num período de 24 horas, a Cepa 121 duplicou.

O novo avanço da ciência – a descoberta da resistência dessa bactéria – foi divulgado neste início de agosto pelo Departamento de Microbiologia da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. Coloca por terra a idéia de que os seres vivos não conseguiriam sobreviver a temperaturas acima de 100 graus Celsius. Clínicas e hospitais deverão se adaptar à nova descoberta: mostrou-se insuficiente o procedimento padrão de esterilização, de requerer que os objetos passem algumas horas sob 121 graus Celsius em autoclaves pressurizadas.

Ao refletir a verdade objetiva, o conhecimento é útil na prática humana, na conservação da vida, no desenvolvimento da espécie. O êxito da prática humana demonstra a correspondência das nossas representações com a natureza objetiva das coisas que percebemos.

São historicamente condicionais os limites da aproximação dos nossos conhecimentos em relação à realidade objetiva – embora esta realidade exista incondicionalmente. Nosso planeta existia antes de aqui existir a vida. Assim como a Cepa 121 existia antes de ser detectada e batizada com esse nome estranho, que faz referência à temperatura utilizada na esterilização.

Na milenar batalha entre a concepção idealista e a materialista da natureza e da história, os limites do conhecimento são apresentados pelos metafísicos como “provas irrefutáveis” da existência de uma outra dimensão da realidade, para além das possibilidades do saber.

Versão mais sofisticada desta visão é a dos agnósticos e dos céticos absolutos. Para estes, os nossos conhecimentos não apenas são relativos, mas também é impossível qualquer medida ou modelo objetivo, qualquer realidade independente da humanidade.

O desenvolvimento da ciência refuta, a cada passo, os dogmas idealistas. Os avanços tecnológicos possibilitam a ampliação e aprofundamento constante da percepção que temos da realidade. Mas o conhecimento contém, também, um elemento de relativismo, de ceticismo. Quando suas filhas lhe perguntaram, para um trabalho escolar, qual era a sua divisa preferida, o alemão Karl Marx respondeu com a velha fórmula cética: “Duvida de tudo”. Mas o materialismo de Marx não se reduzia ao ceticismo ou ao relativismo. Reconhecia a relatividade de todos os nossos conhecimentos justamente na possibilidade de sua aproximação com a realidade – e apontava a prática como o critério supremo da verdade.

Friedrich Engels, que juntamente com Marx elaborou a concepção dialética da natureza e da história, apontou que o “resultado da nossa ação prova a conformidade das nossas percepções com a natureza objetiva das coisas percebidas”. O ponto de vista da vida, da prática, é o ponto de partida da teoria do conhecimento. Mas ele não vai confirmar ou refutar completamente uma representação humana. Os conhecimentos dos homens não são “absolutos”, mas são constantemente completados e, se não correspondentes à realidade, substituídos por novas aproximações, mais eficazes, úteis, para a busca incessante de compreensão, integração e domínio do mundo que nos cerca.

Novos e novos conhecimentos revelam, cada vez mais, a multiplicidade, complexidade e a maravilha da natureza que integramos.



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