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cronicas-->1989 - Selva -- 31/03/2013 - 20:11 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não estou sentindo meu braço, pensei e senti o que não estava sentindo. Tomei a água e sentei falando uma, duas vezes. Não é nada, quanto tempo você não mexe no quintal, ouvi de volta, quase como um fique quieto e relaxe. Ainda me deu um café para eu ficar mais quieto, só que meu braço direito não deu ares de aparecer. Isso foi na sexta e meu quintal com um bichinho morto pelas cachorrinhas. Tive que descer pegá-lo, quando mal consegui passar do portão tal uma selva estava. Peguei, isolei nuns sacos de lixo e já ia voltando, quando...
Acometeu-me o espírito do jardineiro das estrelas - Vou dar uma limpada neste quintal e deixar um jardim, que, aliás, parecia ser quando eu cuidava mais. Primeiro eu precisava chegar ao quartinho das ferramentas lá em baixo; teria que passar pela mataria toda e as aranhas, olha uma coisa que não gosto é de aranha. Desci pé por pé e não vi nenhuma. Numa ocasião parecida encontrei umas três ou quatro daquelas teias enormes, onde, além da aranha, tinha um monte de aranhinhas. Meu medo me fazia andar com mata insetos em aerossol, tacava sem dó nelas. Imagine quando tasquei meu rosto numa das teias, se eu não tivesse caído de costas, sei não, certamente seria o homem-aranha, pois seria picado e aí teria virado filme - O Homem-Aranha-Medroso.
Cheguei ao quartinho, peguei o facão, a tesoura e o podão e vamos ao trabalho. Mais necessário era limpar o caminho a começar de uma palmeirinha, que dizem chamar-se aréca, comecei que nem um Rambo com o facão. Na segunda facãozada dei no meu pé, meu próprio pé, olha como sou craque nesses assuntos. Por sorte nem sangue saiu, a coisinha de borracha da sandália protegeu, mas doeu muito a pancada e hoje vejo uma marca, achando que na próxima devo ir de bota com biqueira de aço. Peguei o alicatão e fui tirar galhos da mangueira, a mais antiga do meu quintal, tão insistente a coitada, o que tem de orquídeas em volta dela, mais do que mangas mesmo. Nem prestei atenção e cortei galhos de uma azaléa, quase apanhei, pelos botões já em explosão, mas estavam no caminho.
Da lichia, litchi chinensis, fruta de polpa gelatinosa, com uma casca rugosa e uma árvore que li ser de tamanho médio; será, pois ela pode atingir até vinte metros de altura. Dela não cortei nenhuma folhinha sequer. Podem consumir, tem alto índice de vitamina C. Ao lado dela tinha uma cheflera, já semi-caída pelo peso e pelo vento, imaginei. Cheflera é um arbusto que cresce muito rápido, chegando a três, cinco metros de altura e é bastante usado em jardins. Seus frutos são bonitos e atraem muitos pássaros. Sempre gostei e podei, o que fui fazer, mas agora caiu de vez. Terei que plantar outra, não será sacrifício nenhum. Passei pelo pé de pitanga e só agradeci o seu tamanho e beleza.
Dois manacás e uma acerola não cabem numa área. Cabiam quando plantei, eram mudinhas e eu saía plantando, na esperança de que uma delas vingasse. Vingaram todas. Cortei o manacá menor, era só um espigão procurando o sol. Fiquei com um dó, tava cheinho de flores no topo, fazer o que, o outro também tem bastante e o pé de acerola está cheio de frutinhas. Também tem alto índice de vitamina C. Aí surge Dona Edna - Inho, matei a maior aranha lá perto da mangueira, justo onde eu tinha passado, viram o risco que corri, mais sem o aerossol. Até aqui eu estava sentindo o braço, quando olhei aquele monte de folhas de coqueiro. Bem tempo atrás comprei uma mudinha no Extra e plantei sem pretensão nenhuma, nasceram três troncos com uns cachos de coquinhos, não sei o nome. Alguns visitantes estudiosos já me disseram ser palmeira imperial, não é não. Decidi cortar um dos troncos com a menor machadinha e única que tenho. Fiquei dando pancada nele até eu conseguir jogá-lo ao chão, destruindo outras coisitas mais. Assim, meu braço deixou de mim e hoje, trinta e um de três de treze, já deu sinais de volta. Sábado, minha selva o quer...
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