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Cartas-->Cartas de Mel -- 20/08/2006 - 08:44 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O ANJO DA TARDE


De alguns anos pra cá meu espírito
por vezes debate-se sobre onde vou fincar
residência ou cidadania, não tanto pela dupla nacionalidade
que tenho quanto pelas dificuldades de toda ordem
que no Brasil um homem de cultura e alguma sensibilidade acha;
Há vinte e dois anos tenho ido de uma Margem à outra;
cheguei a ficar um
tempo na Argentina mas o destino trouxe-me ironicamente de volta,
como se o país de minha mãe fosse minha Nínive, aquela pátria que
o profeta Jonas não queria pregar de jeito nenhum. Algumas vezes
populares me sugeriram que eu fizesse algo com minha obra em prol
da população! Bem, o Brasil tem em seu maior problema
uma alfabetização de fraca qualidade e um ridículo
índice de leitura. Não existe a curto nem médio nem longo
prazo futuro algum a um povo sem cultura e sem leitores.
A televisão seria o veículo mais apropriado
pra ajudar a população em grande escala. Eu tenho dentro dos meus
muitos limites, feito como Jonas: falado pra meia dúzia.
Mas poucos lêem; e mínimos entendem. Então esse Anjo da Tarde,
escrito para distribuição gratuita na WEB (e peço que quem gostar
do livro repasse a seus amigos), é mais uma forma que tenho
de repetir as mesmas coisas: sem coração, sem educação, sem leitura,
sem formação espiritual (e não religiosa),
estaremos vivendo uma singular era tecnológica ao mesmo tempo
que humanamente temos uma espécie de Invasões Bárbaras, onde as
pessoas se odeiam sem motivo; e quem não ama seu próximo,
seus artistas, seu país e seu Deus,
não apenas é analfabeto das letras como doente de espírito.
Que esse Anjo Da Tarde possa resgatar alguma beleza no exílio
desses tempos singulares.

O Autor


Cartas de Mel

Carta 2

SEGUNDA CARTA DE MEL


Querida, já fazem agora três dias que te foste de viagem. Estou aqui pela casa, naquela bagunça que bem conheces e que tento arrumar sempre, e sempre pela metade me fica a arrumação... O Sábado amanheceu nublado, meu desejo intenso, o espírito naquela estação heróica que fica entre a melancolia e o êxtase – tou tendo, como Voce sabe, de fazer tudo sozinho... Ontem cheguei afobado pela noite a ai me aconteceu de cortar o indicador esquerdo. Nossa ! como sangrou! Fiquei até com medo de morrer. Procurei estancar o sangue com farinha na ausência de algo mais eficiente. Hoje está o dedo inchado e inflamado... Tou procurando por algumas leituras em dia... Mas ao menos pensei que se morrese já teria te declarado o meu amor absoluto e perfeito. Não, eu não a amo. Eu a venero e idolatro! Amar-te é meu Deus! Mas isso tudo com aquela calma trágica que bem conheces... sabes, agora em agosto vou Ter uma agenda lotada, porque preciso otimizar a vida que quero partilhar contigo, as coisas da Hello Kit... Uma coisa estranha que fico pensando é esse ente chamado amor que vive entre nós dois e faz com que nossos gestos coincidam numa metáfora perfeita. Meu Deus, confesso que nunca pensei em haver felicidade na terra, mas era que eu não me conhecia, Vc me descobriu, sim, eu era esse suave homem que te ama suspirando, que a deseja com intensidade mas sem pressa. Eu era esse abençoado, filho da eternidade! Tudo isso me revelastes. Por isso sou pequeno e gigante em seus braços; por isso não posso temer nem ser destruído; por isso vejo e sinto milagres. Por ti. Adorada, desculpa, Vc sabe que viajo... Se me perguntassem agora que penso em ti, onde estaria, não saberia dizer... Mas uma imagem feliz me vem a mente. Quero vê-la velhinha ao meu lado, perto da minha morte, olhando pra mim e sorrindo. Ai eu poderia partir mais uma vez e em paz.
Esse é nosso segredo. O “pra sempre”. Estou a sua espera.
Bob

29.07.2006-07-29

direitos reservados

Sim, eu li a carta... Li com um sorriso no rosto, e com um intusiasmo como a
muito tempo não tinha em ler as coisas que você
me escrevia. Na verdade a
muito tempo não as lia. Os textos enviados
a mim estavam cheios de raiva,
rancor, mágoa, excesso de carência e
pior um ar de egoísmo, ou seja, "Se
eu estou sofrendo ela também tem que sentir
o peso!!". Desconhecia ali, nas
palavras, o Marcelino.... Uma alma iluminada
que um dia cruzou meu caminho.
Mas nessa última carta, vejo que entendeu
o que eu quiz dizer com,
casamento de alma. Sim... É eterno.
Os momentos que passamos, de brigas e
de paz, são eternos. São nossos de mais
ninguém!! Não dá para
descrever, para contar, para tentar explicar
e nem sermos compreendidos. Só
eu e você sabemos o que se passou.
Até uma recomendação de leitura!!
Nossa quando li esta carta quase
acreditei em milagre.
Desculpe-me pela distància,
mas não queria ficar
apanhando das suas críticas e palavras...
Não estava mais conseguindo, por
isso o silêncio.
Mas fico feliz em saber que está pensando
em escrever um livro. Que está
tentando continuar sua vida...
E a confusão da minha continua.... Mas eu
vou seguir em frente.
Vou educar minhas vontade e manter mais a minha
disciplina. Afastar-me do que não acho sagrado,
puro e de boas energias,
pois infelismente ainda existe uma parte de mim
que funde-se a isso!!! Mas o
pensamento coletivo começa a me contaminar...
Então que Deus ilumine a
todos!!!
Tenha um bom final de semana.

AINDA ONTEM ELA SORRIA
Marcelino Rodriguez

Noite fria. Solidão. Meu Mel viajou.
O coração no exílio navega com Barbra Streinsend.
Mar calmo, fundo e triste.
Pensar que ontem ela me acordou com um sorriso.
E que tão funda e feliz foi a impressão
de vê-la pela manha que virei o rosto com vergonha
que ela visse a intensidade do meu amor.
Por que o amor nos mete medo?
Sim, eu vi o mundo inteiro naquele sorriso.
Queria dizer obrigado talvez.
Por que ela sorria?Terá achado graça de ver-me dormindo?
Agora tão longe e o mundo tão sem cor. Disse-me que precisa pensar.
E se pensar errado, ou pouco, ou muito? Vejo-a além do tempo.
Sinto a eternidade com ela. Pode o peito nos trair?
Pode uma ilusão ser tão exata?O abraço de Mel,
seus cabelos longos no travesseiro. Metáfora de Deus pra mim.
E agora jogo xadrez com a solidão. Deixou-me um presentinho.
Ela volta. Sim. Sei que volta...Senão de nada vale meus sentidos,
nem meus sentimentos, nem meus instintos.
Senão toda criação estaria errada e as estrelas despencariam do céu.
O sol ficaria negro.
Na verdade eu gostaria de dizer aqui o que não posso.
O que não cabe.Entre a linguagem e o amor existe um abismo.
Ou talvez seja tudo uma saudade...Canta Barbra.
Me ajuda sobreviver...Ainda ontem ela estava aqui e sorria...
Isso que bate ainda aqui será meu coração? Sim, o biológico.
Mas o que há dentro dele vive em outro lugar. Só ela tem a chave.
Minha liberdade e minha prisão nas mãos de uma mulher.
Ninguém se pertence.
Somos todos, maravilhosamente, filhos do amor. 14.07.

Anorexia Romântica – 7 Carta de Mel

Marcelino Rodriguez



Sei que estou morrendo te falando todos os dias palavras doces, lutando ainda com a força que me resta. Sei que acharás ridículos tres quilos perdidos em tres dias, a casa quebrada, o dinheiro jogado nos bares, os compromissos adiados, as lágrimas oceânicas. Mas eles, os anjos, estão aqui. Não podem fazer nada, mas choram comigo. Sabem que não tenho como defender-me desse amor sobrehumano.
Sim, eu cometerei atos ridículos. Falarei bobagens. Palavrões. Andarei como um louco, as vezes ainda com seu chinelo, apenas para te sentir. Todos sentem sem que eu fale a magoa nos meus olhos. Não esperes nada inteligente. Nada premeditado. Nada sutil.
Sou apenas um homem lutando para sobreviver.
Com o amor não se brinca. Ele é sagrado, puro. Pede cuidados. Esse que anda inseguro não sou eu apenas, mas aquele espirito que nos guiava: eu , Você e ele.
Por que tentar partir? Eres comigo. Sou contigo. Poderei viver sem rezar sobre seu corpo? Ou sem trocarmos as farpas diárias? Ou sem vê-la de certo modo? Meu imenso amor é pouco, se é tudo?
Não , não fujas. Creio infelizmente que não podes. Desculpa incomodar. Não é que que queria. Sou apenas uma frase de Deus na sua vida. Poderia me salvar sozinho. Conheço esse milagre.
Mas preciso te salvar também. Por isso te amo, pra te salvar.
Só que também preciso ser salvo, senão morreremos os dois. Essa é a senha do amor.
Os anjos são sempre um desastre. Volta e me cuida. Minhas asinhas estão feridas. Eu apenas quero ve-la, mesmo magrinho como o Joazinho da floresta. Viver sozinho dentro de mim tá ficando dramático.
Será que perdemos o sorriso? As canções?
Não me culpes apenas. Nem as máquinas funcionam mais na casa. Como Você vê, gostaria de deixá-la partir em paz, mas o amor tem a pureza dos Nenéns. E esses dão trabalho.
Desculpa tudo, mas minuto a minuto tenho que fazer algo para
suportar a dor. Eu ainda estou aqui. Bob

10 carta de Mel - Saudade
10 CARTA DE MEL – A SAUDADE

Marcelino Rodriguez


Percebo agora ao ouvir certas canções, que era ali ao beijar-te e iluminado contemplando seus longos cabelos que eu de fato vivi. Desde que te foste que só a ansiedade, a taquicardia e a saudade habitam meus dias, como um punhal sangrando. Lembra que eu te beijava dizendo “amo, “amo”, “amo”, brincando de seu filhinho? Como era feliz de primavera meu riso.
E agora começa a anoitecer na tarde azul. E fico aqui, perdido nas recordações, inconsolável. Não sei se quero reve-la ainda para a despedida dos assuntos pendentes. Não sei que palavras teria, se as teria. Também não consigo despachar pelo correio seus livros e seus chinelos. Será a morte isso? Você vai virar as costas e não te verei mais? Eu estava nascendo contigo.
Tudo tão estranho estarmos separados. Tão estúpido.
Sim, estou com outra mulher, Boa e tranqüila. Ela está tirando-me um pouco do exílio que deixaste. Mas o amor anda faltando-me, ficou contigo, dentro dos seus braços de polvo irresponsável. E agora me dizes que queres suas coisas.
Estranha vida. Éramos três lembras? Eu, Você e o amor. Sacudo-me desde que partiste todo dia por me encontrar, mas perdi-me, intratável. A bondade que senti no coração ao amar-te virou revolta. A alma feroz não aceita de modo algum sua partida. Seu rosto para amar parecia-me eterno, inexorável.
O fato é que amar-te foi minhas asas. Um lado de mim já habita a eternidade da tristeza, sinto isso na noite que chega. Até hoje sei o gosto e o jeito de seu beijo. Que vontade de fechar os olhos e retornar, parar o tempo no nosso tempo.
A saudade é violenta, dilacera e mata. E aqui, entre as canções, vou partindo aos poucos, como os pássaros se despedem e voam. Creia-me, porque meu destino talvez seja encontra-la eternamente.

TRECHO DO LIVRO ESTAÇÃO KAREN CARPENTER
Direitos reservados






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