Oi tudo bem? Tamo aqui... De imediato ouço isso e espero um pouco para ouvir o cheio de dores. Esse cheio de dores é parte das novidades; embora pareçam as mesmas, eu encaro como dores novas e a nossa conversa se inicia, essa sim a novidade da semana e tudo o mais é só novidades mesmo velhidades. Conversa com a mãe é sempre bom, não importa o que perguntemos e eu sempre pergunto - E aí, tem novidades?
Novidade, pelo Houaiss, é substantivo feminino e é atributo do que é novo, condição do que aparece, do que se apresenta pela primeira vez, original, extraordinário. Do que resulta de uma invenção ou produto do inusitado por não haver sido ainda imaginado, dito, feito, etc. Tudo aquilo que é produto da criação artística, imaginativa, nas artes, cultura, música, moda, indústria. Notícia boa ou ruim, informação nova que não sabemos ainda, até comentários indiscretos, fofocas, mexericos, é, pois novidades. Uma dificuldade, um imprevisto em uma viagem não deixa de ser uma novidade, como uma contrariedade qualquer também pode ser.
Ela responde - Estou sem novidades, quase não saí aqui de dentro, mas passou um tropezão de motos pela rua, não sei quantas, não acabava mais. Já dá pra você sentir que a Festa da Uva iria bombar. Ao mesmo tempo ouço - Sabei-me lá, todo ano sempre igual.
Engraçado é que novidade pode ser constituída por coisa velha. Como se aí em cima diz que é atributo do novo. Calma! Diz também do que se apresenta pela primeira vez. Entonces se você nunca viu, sempre será novidade. Por isso é bom não ficar parado.
Coalhada sempre foi meio sem graça, quando em criança nos davam. Mais tarde como iogurte natural não ajudou muito e quando virou Danone já melhorou. Nos dias atuais, milk-shake de iogurte batido gelado com frutas vermelhas tornou-se uma gostosa novidade. Foi parte do meu almoço hoje e prova da novidade com coisa velha. Coalhada ainda não.
Dizem que o telefone foi inventado por volta de mil oitocentos e sessenta e nunca parou de se apresentar com novidades. O celular surgiu nos anos quarenta do século passado e no Brasil no início dos anos noventa. Um parêntese - a origem do celular tem a inteligência da atriz Heddy Lamarr. Novidade não, aquela mesmo do filme Sansão e Dalila. Peguei meu primeiro celular em noventa e oito e não paro de trocar de aparelho e operadora. Resultado é que estou com as recentes novidades do mercado - Iphone Cinco pela Vivo e i867Rádio pela Nextel. O duro é quando aprendo a usar uns vinte ou trinta por cento do aparelho, troco e pronto, fico semi-ignorante; neste momento bi-semi. Ainda bem que a Lígia migrou um deles e o outro foi automático. Aí vou aprendendo com o uso, espero. Não, não leio o manual, o que não é novidade para ninguém.
Converso diariamente com a Iriana sobre o fluxo da empresa, que nem chega a interessante e depois caçamos novidades recíprocas. - Tó ruim de novidades, que não dá nem para trabalhar em jornal. Nem tente. Às vezes, digo - Olha, tenho uma novidade, mas só conto à semana que vem. As risadas tornam-se as novidades e a conversa se mantém. Bom mesmo é ligar para casa atrás delas e tudo se manter igual, faz a gente respirar. Depois quero saber as novidades vizinhais, animais, filhais, etecetais. A Edna responde - Não tenho, diga as suas e eu digo não digo, sempre digo, quando as tenho. E se você for pesquisar sobre novidades no Google encontrará cerca de cento e dez milhões de resultados. Com tudo isso, meu sócio ainda me liga e fala - Jairão, conte tudo, não esconda nada. Esconder como, basta ele buscar e se encher de todas as novidades. Pra que se o Houaiss diz que alguém cheio de novidades é o mesmo que cheio de nove-horas; encerrando neste domingo dez de três de treze, com coisas que vocês não sabem, mas só na próxima.
|
