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Textos_Religiosos-->A CORAGEM -- 01/08/2008 - 15:34 (LUIZ ROBERTO TURATTI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




EDITORIAL


A CORAGEM


Padre Vladimir Barbosa Hergert


Ela tinha pavor de barata, de ladrão, de ficar desempregada, de engordar, de violência, da morte... Mas nada se comparava ao medo de brigar com alguém. Brigar, por favor, não entenda como dar socos, rolar escadas abaixo, xingar a mãe, usar armas... Era polida demais para isto. “Brigar”, para ela, era ficar estremecida com alguém, chatear um amigo que abusava de sua paciência, discordar de uma opinião dos filhos, disputar uma idéia com o marido, que era muito sabido... Qualquer coisa que pudesse cheirar a conflito, tensão, dissensão, já a deixava ansiosa e angustiada, perdia o sono.

Eu a conheci assim. Estimulava-a a dizer a verdade, a partilhar seus sentimentos, a defender seus pontos de vista, a dar sua opinião. O medo não trabalhado é sentimento dobrado, o ratinho vira dragão. Minhas palavras adoçavam suas idéias, mas não moviam seu coração. Deixava-se humilhar, perder, dominar... Justificava-se dizendo: “Nosso Senhor Jesus não se rebaixou? Não nos disse para dar a outra face?”.

Um dia ela descompensou. Saiu chorando e gritando pela rua. Os filhos socorreram-na, assustados. Ficou Louca? Endoidou? Deram-lhe psiquiatra e remédios. “Mãe a senhora não é assim... o que está acontecendo?”.

Quando eu soube fiquei feliz. Até que enfim aquela pobre alma tinha se libertado. Ela precisava disso, há muito tempo esta tentando sair e o medo a impedia. Era escrava e não gente! O medo a entornara. Lembrei-me da hemorraíssa do evangelho. (Lc 8, 41-48) A mulher que sangrava há 12 anos! Escondida, ela toca no manto de Jesus. Com medo, ela se esconde no meio da multidão. Dá pra imaginar seus sentimentos, quando Jesus para e pergunta: “quem me tocou? Eu senti uma força saindo de mim!” Foi a ternura do Senhor que a fez superar o medo e confessar: “fui eu!”. O medo passou e Jesus acolheu-a e abençoou-a, dizendo: “Coragem, filha! Sua fé curou você!”.

Ter medo é natural e até
prudente. Uma pessoa
destemida pode ser
perigosa para si
e para os outros.

Ter medo é natural e até prudente. Uma pessoa destemida pode ser perigosa para si e para os outros. Mas quando ele extrapola os limites da segurança, do bom senso e passa a comandar nossa vida ele nos vai engessando. O medo de enfrentar o novo não nos deve impedir de arriscar! O medo de entristecer alguém não nos deve impedir de dizer a verdade! O medo de perder não nos deve fazer desistir de lutar! O medo de sofrer não nos deve fazer encolher. O medo de conflito não nos deve impedir de dar opiniões.

Jesus teve medo, mas o usou para encorajar-se. (Mt 26, 36-41) “Vigiem e rezem, para não caírem em tentação, porque o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. A oração nos ajuda. Rezar nos momentos de medo e aflição, pedir ao Pai a coragem, o discernimento para fazer o que é certo, o que é bom e verdadeiro, é um ato de fé.

Encontrei-me com aquela mulher uns tempos depois. Estava mais animada. Eu diria mesmo “mais viva!”. Cumprimentei-a pela coragem! E ela disse que realmente se sentia mais forte. Aprendeu que não é possível agradar sempre, ser boazinha sempre e que brigar “no bom sentido” não é tão ruim assim...

“No amor não existe medo; pelo contrário, o amor perfeito lança fora o medo, porque o medo supõe castigo. Por conseguinte, quem sente medo ainda não está realizado no amor.” (1Jo 4,18)

Fonte: Jornal “Nossa Igreja Católica”, Informativo Mensal da IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO, Araras (SP), Julho de 2008, Ano VIII, № 82, Página 2.


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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”

LUIZ ROBERTO TURATTI.



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