A luta é difícil, mas não de todo impossível. É árduo fazer "artes" em qualquer parte do mundo. Sempre aparece alguém se dizendo mais inteligente e a propagar que não contribuimos em nada para isso ou para aquilo. Contudo, se nós não levantarmos discussões sobre um ou outro assunto, ninguém pensa e se atém somente ao ganho material imediato. Outro dia estava lendo uma velha entrevista da Fernanda Montenegro justamente falando do mesmo assunto. Apesar de ela ser a primeira Dama do Teatro Brasileiro, com todo nome e fama, ela enfrenta as mesmas dificuldades quando apresenta algum projeto com o intuito de captar recursos. Infelizmente os que estão com dinheiro só querem patrocinar o que vem de fora, seja europeu, americano ou de qualquer terra estrangeira pois sabem que o lucro financeiro é certo e sem risco. Assim deixamos de valorizar o que é nosso, não reavivamos nossa memória. Assunte no mercado editorial e veja que a maioria do que se publica no Brasil é tradução, apesar de ter muita gente nossa produzindo boas obras. Se você não se rende às imposições de uma grande editora, fica marginalizado, ou fica na zona alternativa de publicar seus trabalhos. Todavia não podemos desanimar ou desistir - temos que continuar tentando furar a bolha. Quanto à questão da "entrega" da Amazônia em lotes para estrangeiros é um assunto que gostaria de ver mais debatido pelos que se propõem a escrever e não somente ver simples protestos de indignação. O debate deveria ser mais pensado e com mais inteligência. Vale a pena trazê-lo sempre à tona antes que seja tarde demais. As forças econômicas globalizadas não dormem e têm um grande olho nesse pedacinho do planeta.
Desejo-lhe muito sucesso no encontro de escritores amapaenses no dia 4.
Transmita meus parabéns a Simei Netercia e a Zenaide. Iniciativas como essa são trabalhosas, mas compensam e contam sempre no avanço do trabalho individual e social.
Tenha também um bom 2002 com muita comunicação e poesia.