Quero dois, um churrasquinho com queijo e um queijo quente. O garçom olhou sério para mim e perguntou - O senhor não é daqui, né? Não, por que... - Espere que eu já volto. Primeira noite em Piracicaba, vida nova começando e um diálogo desses, já ia me aborrecer, quando vi o tamanho do pão com a pergunta - Vai dar conta dos dois, quase sorrindo. Fiquei só com o churrasquinho e sorri também, pois o pão era do tamanho de um bolo Pulmann ou maior. Ainda comi só uma metade, levei a outra e guardei a história. Se quiserem conferir, o nome da lanchonete é Fassina.
Todo mundo sabe o que é sanduíche, um tipo de alimento que consiste em duas fatias de pão, entre as quais é colocada carne, queijo, hambúrguer ou outro tipo de recheio; também pode ser feito com um pão inteiro, de pequenas dimensões ou, hoje em dia, até por metro. Conforme o historiador Edward Gibbon, seu nome teria se originado em 1762 a partir de John Montagu, quarto conde de Sandwich, aristocrata inglês do século XVIII, que tinha o hábito de comer pedaços de carne entre duas fatias de pão durante as suas intermináveis partidas de uíste.
Sou fã de sanduíches e muito do churrasquinho com queijo, desde criança, quando ia para São Paulo com meu pai, por Piedade. A gente parava ali no bar do Geraldo, ele tomava um café, batia um papo. Eu ficava por conta do primeiro no balcão mesmo e olhando o segundo na chapa, prontinho para ser embrulhado. Mal entrava no caminhão e já ia desembrulhando o tal, comia subindo a subida, onde morava a família da Dona Sara, que foi minha professora de quarto ano de grupo. Alguns quilómetros adiante eu estava com a tarefa feita, mas não terminada até hoje. Nesses dias de regime, sexta retrasada saí dele sabem pra que, justo para comer um churrasquinho com queijo no pão francês, na Padaria City América.
Gosto de hambúrguer e anteontem pedi um na Lanchonete da Cidade - Um xis salada com bacon, no prato. Poderia ter falado cheese, mas ele entendeu. Dispensei o pão, não deveria ter feito, pois é fundamental e dizem que você deve comer pegando com as mãos mesmo, sem guardanapo. O ketchup e a maionese ficam por conta de cada um. O do Kero Lanches é bom, bem servido e recomendo. O Free Time, do América, já foi meu preferido, de comer com garfo e faca. De vez em quando um Big Mac encarei ou posso encarar. Nunca entrei num Burger King e comi um hambúrguer ruim justo lá na terra do hambúrguer. Foi num shopping lá em Miami, nem lembro o nome do lugar, não gostei.
Pão com mortadela é bom demais, não gostaram da ideia, vão lá ao Mercadão de São Paulo primeiro, sensacional é pouco. Gosto também na chapa com queijo e pão francês, fica bom, podem experimentar. E com pão doce vai bem, muito bem. Tenho na memória uns pedaços de mortadela, cortados na faca e colocados num pãozinho doce, ali no armazém do João de Araújo, que delícia. Nem preciso falar muito de pão com manteiga, frio ou na chapa. Com café com leite é o campeão. Talvez perca para o queijo quente, será? No meu caso, acho que dará empate. Não gosto muito dos mistos, baurus, americanos, já comi e não os renego, mas não estão entre os primeiros, assim como cachorro quente, calabresa e frango. Às vezes divido um beirute de filé com a Edna, mas não sei se dá para chamar um beirute de sanduíche, pois ele vem no prato e é meio grandinho, cheio de coisas boas.
Tem muito sanduíche bom por aí, que os bons chapeiros continuem a existir e que me façam ter vontade cada vez mais de sanduíches, como eu tenho dos que comi lá em Zurich, na rua mesmo, um de salsichão e outro de rosbife. Se não fosse longe, iria lá toda semana. Neste domingo dezessete de dois de treze de atrasar uma hora, contentarei com um de queijo prato quente e pão integral...
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