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Cartas-->SOBRE O ÓPIUM -- 02/07/2006 - 10:52 (Jayro Luna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
[SOBRE O ÓPIUM DE JAYRO LUNA] (1)
Antônio Carlos Lucena (Touchê)

Obrigado, cara, pelo Ópium. O livro me parece que continua bem no tom do anterior, o Bagg’Ave. O primeiro poema, o soneto “Poema Beatle” é bem bolado. A ilustração que você colocou parece que foi feita com desenho-copy, lembra disso? A terceira estrofe é muito bem sacada: “Fosse eu mais famoso que Cristo” e também faria da poesia uma revolução.
Outro poema bacana é “Rock’n’Road”, o trocadilho do título é uma boa tirada. Participo da idéia “Injeto palavras nas veias: meu vício!”.
A forma do seu “Energia Cósmica” que sugere uma pirâmide me faz lembrar do meu poema da lua cheia (2). E além da forma, os dois falam de uma energia esotérica que existe na vida. Acho que por caminhos diferentes chegamos à forma e conteúdo parecidos nesse caso.
O “Juventude Transviada” me fez lembrar dos filmes do James Dean que curti pacas.
O “Udigrudi” é a cara do underground no Brasil, você me disse que um bar dum amigo seu na zona leste foi batizado com esse nome por sua sugestão. Fiquei com vontade de ir visitar o lugar, quem sabe, se as coisas melhorarem pro meu lado, a gente pode ir lá tomar umas e bater um papo sobre poesia: “make love, not war, / make glue in the bar”.
O poema “Ruínas” recupera de uma forma crítica aquela questão que já tinha te comentado da forma do soneto na poesia underground. O poema em forma de guitarra mostra sua ligação com a vanguarda dos concretistas, que eu ainda não digeri bem, mas acho instigante. A poesia para mim ainda é mais no ritmo do modernismo, do Oswald, gosto de poemas curtos e sintéticos. A síntese na forma pode ser um caminho a ser explorado. O último poema, o “Mimeógrafo Generation” é bem evocativo, lembra um pouco os poemas do beats.
O livro todo justifica o título, é um como uma experiência para os sentidos e as idéias.

(11/08/1985)

_________________________
Notas:
1.Carta manuscrita a Jayro Luna, autografada, em meia-folha de papel sulfite.
2.O poema a que se refere Touchê é do livro Pílulas de Vida do Dr. Touchê, p. 57: “a lua / cheia / assusta / no escuro / e clarabóia / no céu urbano / acendendo o sol/ na alma distraída / de quem não liga / no delírio da vida”. As palavras são centralizadas nas linhas, de maneira que a mancha sugira a forma de uma pirâmide. O poema “Energia Cósmica” diz: “ . / a luz luziu / ó qéops, / eia! Sus! / qual o pop- / star: só reluz / risco uns rocks / teço esta clâmide / de palavra: pirâmide”, cujo efeito de forma também é conseguido com a centralização e também com um espaçamento irregular entre as palavras e os sinais de pontuação.


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