NATUREZA - I
A Natureza é representada por todos os seres do Universo, é uma força ativa que estabeleceu e conserva a ordem natural de tudo que existe, tudo o que é visível, nascido, criado e transformado sem a intervenção do homem.
Durante centenas de milhares de anos ela foi se modificando pelas alterações do clima e miscigenação das espécies mineral, vegetal e animal. Há, aproximadamente, 40 milênios o homem, até então sòmente preocupado em subsistir e procriar, descobriu o fogo e o uso da pedra lascada. A partir de então passou a interferir na ordem natural das coisas, transformando vagarosamente o Mundo para atender às suas necessidades de sobrevivência.
A ordem natural sem a intervenção do homem tende a desaparecer em um futuro muito próximo. As belezas naturais admiradas por nós fazem parte da Natureza Humana pelo fato da criação de acessos fáceis para essa observação,
da modificação física das áreas ao seu redor, alterando a composição do ar, poluindo as águas, e, consequentemente, todo o sistema biológico do Planeta Terra. Com as queimadas das florestas desde a Idade da Pedra, paulatinamente, a Natureza foi se modificando pela intervenção humana. O conceito, literalmente falando, de que o natural não sofreu interferência do homem deixa de ser verdade.
O ser humano faz parte do conjunto das coisas existentes, logo, pertence à Natureza, e seus atos que transformam o Mundo são procedimentos naturais mesmo que alterem a ordem das coisas.
O homem é o principal componente da Natureza, o único que tenta modificá-la para atender às suas intenções no futuro, sobre o qual, também, somente ele pode fazer previsões. Não se submete à força e ao poder natural da evolução do Mundo, enfrenta, luta e vence. Na maioria das vezes essa vitória trás resultados desastrosos para o ecosistema e para sua própria sobrevivência nesse planeta, porquanto, movido pela sua nata ambição, ganância, necessidade de poder, relega a um segundo plano a conservação dos elementos básicos para sua subsistência.
O Mundo sempre foi dominado pelos seres vivos e, entre eles, a última espécie a aparecer foi a do homo-sapiens, dotada à princípio de curto raciocínio rapidamente foi evoluindo em relação às demais. Sua percepção projetou-a para o objetivo de procurar maneiras mais fáceis e práticas para a obtenção de seu alimento, fabricando armas de lascas de pedra, preparando armadilhas para a caça, usando o fogo para assar a carne. Em poucos milênios costurava roupas de pele animal, dedicava-se ao plantío de frutas e raizes comestíveis. Conseguia expressar seus desejos e fazer-se entender pelos seus semelhantes por intermédio de gestos e sons guturais.
Dessa forma, sendo a única com o dom da comunicação, do raciocínio e da previsão possível de acontecimentos futuros, elegeu-se como soberana de todas as coisas da Natureza, ditando suas leis, destruindo todos os adversários.
Diferente de outros animais o homem pode alimentar-se de tudo o que cresce na Natureza: come pedras, minérios, vegetais, carne (desde insetos até elefantes).
Seu organismo aceita tudo até a carne de seus iguais! Ele é um leão, um touro, um peixe, um avestruz e um abutre.
Com esse controle total da Natureza transformou-se no rei, no tirano, ditando regras para um jôgo de cartas marcadas contra parceiros cegos.
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