Por baixo da vegetação mais rala, o alho do mato dá sua flor vermelha à vaca leiteira, e ninguém pode beber o leite porque traz o gosto e o cheiro de alho brabo do mato. A jitirana espalha suas flores deixando a mata em tom azulado. A garça-boieira disputa com o bem-te-vi- carrapateiro a comida que viaja de carona no lombo do boi. A lagoa enche e depois vaza pro rio e o rio deixa peixe na lagoa. Peixe sobe, peixe desce e cai no papo do socó ou no socotó do menino. O trovão troveja e traz a coalhada escorrendo, escorrida numa bola de pano pendurada no travessão da casa do caseiro. Casado, viúvo, solteiro, a casa do caseiro abriga a ração do gado, e o bagaço da cana triturada na moenda do fazendeiro. Com o caseiro moram as galinhas, perus e bodes. Humildemente, na fazenda, vive o vaqueiro e convive feliz com o merdeiro. A mulher do caseiro entra mês e sai ano trabalhando sem salário na fazenda. Na casa dela, longe da sede do feliz fazendeiro fica o galinheiro, mas é na mesa do patrão que a galinha é servida à cabidela.
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