Usina de Letras
Usina de Letras
104 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62296 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22541)

Discursos (3239)

Ensaios - (10393)

Erótico (13574)

Frases (50687)

Humor (20041)

Infantil (5461)

Infanto Juvenil (4785)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140826)

Redação (3311)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6213)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Bróder e seus manos -- 04/08/2003 - 19:30 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O indivíduo passou perto dos homens. Apertou a mão de todos e pronunciou: aí bróder, tem um fogo para o legal? Diante da negativa do grupo zanzou até encontrar quem lhe acendesse o cigarro.

Bróder é uma palavra que toma conta dos jovens há mais de vinte anos, variação de brother, irmão em inglês, e procura estabelecer uma relação amistosa entre indivíduos de grupos diferentes. Surgiu entre os jovens do movimento negro, mas no Brasil não faz diferença nenhuma entre as etnias.

Na ausência de um cumprimento melhor, mais comprido e chato o bróder vai bem. Claro, os professores de português têm problemas estomacais quando os jovens escrevem bróder numa redação, pois a grafia do termo ainda não foi incorporada oficialmente, além de conotar pobreza de vocabulário nacional.

Mas que fazer com os milhões de jovens que se saúdam nas ruas, discotecas e espetáculos musicais com a expressão? Obrigá-los a mudar para irmão, quando este termo é muito mais íntimo.

Enquanto o bróder procurava um isqueiro ou fósforo para acender o cigarro tradicional um outro passou curtindo um fininho, que na gíria é um pequeno cigarro de maconha. Entregou para a namorada que deu umas pitadas e passou a um pequeno grupo de amigos.

O bróder sumiu na noite, esperando encontrar alguém para compartilhar alguns momentos de amor ou rock.

Também passou uma balzaquiana falando bróder. Pulou desajeitada entre outros quarentões que matavam as saudades dos tempos através da música de protesto ensaiada por uma das bandas.

Lá pelas tantas o bróder surgiu de novo, meio agarrado na magrinha. Ficou cheio de aluguel prá cima da mina. Nem sei o que rolou. Só sei que foi assim.

Enquanto os acordes tomavam a noite a multidão pulava sob estrelas de uma noite cujo sereno era impedido de baixar graças ao ar quente que emanava dos dez mil pulmões.

Chuvas de estrelas adornavam o céu cujas dimensões suplantavam a grandeza amazônica.

Alguém poderia lembrar de Lucy in the sky of diamonds, mas ninguém lembrou. Era rock brasileiro. Os manos e as manas dançavam , trocavam beijos, em minoria, enquanto uma galera apenas apreciava o som. Foi no 2º Madeira Festival. Ah, também foram arrecadas dez toneladas de alimentos para os carentes de Porto Velho. Sobre a maconha? Até nos presídios têm.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui