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Artigos-->Tráfico hediondo -- 04/08/2003 - 09:17 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O relatório “Acabe com a exploração infantil: Pare o tráfico!”, divulgado como parte de uma campanha do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), mostrou que cerca de 1,2 milhão de crianças são vítimas de traficantes todos os anos. A Europa é o maior mercado comprador para o comércio de crianças, sendo o Oeste da África e Leste Europeu os maiores fornecedores da mercadoria (as crianças). Há também um próspero negócio entre as regiões fornecedoras e na Ásia. Cerca 500 mil mulheres e jovens são vendidos todos os anos para a Europa, a maioria originária dos integrantes da antiga União Soviética. Há preços para um comércio deste tipo. As consciências nobres recusam-se a aceitar esse tipo de mensuração. Mas os preços existem e são uma bagatela: em uma cidade da Romênia, por exemplo, uma mulher pode custar apenas 49 dólares.

Entre as crianças, cerca de 200 mil são compradas no Oeste da África, das quais uma parcela é vendida para Europa, para serem exploradas sexualmente ou como mão-de-obra barata, e outra parcela permanece na própria África, transformadas em escravos domésticos.

O negócio está em expansão: foi observado um aumento de 20% na prostituição infantil na Tailândia nos últimos três anos, e 15% das garotas negociadas no sul do Vietnã têm menos de 15 anos. Na China, 250 mil mulheres e crianças são vítimas de traficantes. No Paquistão, Bangladesh e Industão, meninos a partir de 5 anos são vendidos para os Emirados Árabes, para trabalhar como condutores de camelos.

As denúncias sobre as barbaridades cometidas contra crianças são recorrentes. A Organização das Nações Unidas informa que as principais rotas de comércio de crianças são da América Latina para a Europa, do Sudeste Asiático para a Europa do Norte e o Oriente Médio; há o mercado regional interno na Europa, com meninas latino-americanas e européias; e o fluxo de diversas regiões para a África Ocidental; existe ainda um mercado regional árabe. A partir de 5 anos, as crianças já são utilizadas na pornografia, publicações obscenas e exploradas por cafetões.

Em Bangkok, Tailândia, um incêndio num bairro de prostituição destruiu 57 bordéis e foram encontradas 8 meninas carbonizadas. As saídas dos prostíbulos estavam chaveadas, e nenhuma conseguiu escapar. Detalhe: duas estavam acorrentadas às camas. O jornalista Mário Lorenzi, estudioso do assunto, alerta que “a criança prostituída é, além do mais, um elemento importante no mercado de drogas. Por incapacidade de suportar a vida que lhes é imposta, e da qual não consegue fugir, por ingenuidade, por anestesia, por ameaças ou indução, acaba se drogando e se transformando em intermediária no tráfico de drogas”.

Pesquisa do antropólogo inglês Luke Dowdney, da organização Viva Rio e do Instituto de Estudos Superiores da Religião, constatou a existência de 5 mil a 6 mil jovens armados e envolvidos com o tráfico somente no Rio de Janeiro. “Isso reverbera em vários setores da sociedade”, diz ele, ”porque o nível de violência é altíssimo”.

A exploração sexual – de adultos ou crianças – é milenar. Mas nunca ganhou dimensões tão vastas como na atualidade. Sintomaticamente, nos países mais poderosos econômica e politicamente, como os Estados Unidos, Japão e os países europeus e petrolíferos, é mais profícua a exploração de crianças na produção pornográfica, dentre outras atividades.

O historiador Eric Hobsbawm chamou a atenção para algumas contradições da atualidade: “O século 20 matou mais pessoas, massacrou mais gente e fez mais gente sofrer do que nunca. Mas foi ao mesmo tempo um período de extraordinária mudança e desenvolvimento. No final do século 20, apesar disso, as pessoas viviam mais”.

Às pessoas cabe mudar a realidade que lhes é adversa. E garantir que, para além dos avanços nas relações entre os humanos e a natureza, também as relações entre os próprios humanos entrem em um novo patamar.

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