"Não adianta a Roseane fingir que veio de outro planeta", diz Lula em chamada de capa de revista.
Lançando mão de uma canção do Chico, o escritor e humorista Luis Fernando Veríssimo sugere a seguinte vinheta: "Ai, esta terra ainda vai cumprir sua vocação / ainda vai tornar-se um imenso Maranhão". Atenção: pode ser usada tanto por correligionários como por opositores.
Na abertura de um torneio futebolístico (qual mesmo?), o "Virundum" era horrendamente massacrado a capela pela voz de um cantor brega. O nome, graças aos céus, não me ocorre tão facilmente no momento. É um bom sintoma. Mas o comentário, em seguida, foi ainda mais primoroso: "É sempre emocionante ouvir o Hino Nacional assim. Sem orquestra ... Sem música ... Sem nada ... "
Por falar em pátria amada salve salve, já repararam como deu de aparecer recrutas em ação em alguns programas vespertinos da Globo. No Planeta Xuxa, no programa do Luciano Huck, o verde-oliva tem marcado presença varonil.
Por falar em Xuxa, a Angélica parece que aderiu à linha "replicante". É assim que a vejo na capa da revista BOA FORMA (nas bancas). Mas o tempo passa para todos, e eu estava justamente pensando que, com o tempo, mesmo as mais gostosas acabam ficando visivelmente desgotosas com tudo. É cada cara! Haja maquiagem!
O Sílvio de Abreu lamentando a perda de qualidade na TV é mesmo um caso sério. É como se a qualidade já não se tivesse perdido há anos nessa nossa longa, longa estrada. Sobretudo, é bom que se diga, a qualidade de vida. Achar que as novelas da Globo foram assim tão maravilhosas em outros tempos, bem, isso diz bastante sobre o momento que estamos vivendo. Mas, por favor, se for para voltar no tempo, vamos tentar um impulso maior, pra ver se caímos muito, mas muito antes de tudo isso que o autor do horário das 19 horas lamenta como perdido. Ou vocês iam querer viver para sempre só de gracinhas? E de musiquinha como aquela que diz: "foi numa festa só de cuba-livre, quiriquiqui, whisky a go go" (sei lá como se escreve tudo isso!)?
E, voltando à política, o nosso campeão mundial decidiu mesmo entrar em cena, de braços dados com Painho e toda a baianidade triunfante. E agradece a Deus por ter conhecido a fome, a miséria, dormido em chão duro. Tudo isso lhe deu forças para vencer. Não é lindo? Esse, decididamente, é mesmo bem Brasil, minha gente. Esse não é de outro planeta, visse?
E, já que estamos na Bahia, porque não mencionar a beleza das nossas mais caras tradições. A foto eu fico devendo, mas a legenda era mesmo para pegar na veia: "Em Salvador, baianas durante o ritual da lavagem das escadarias do Bonfim, que se repete há 257 anos e reuniu 1,5 milhão de pessoas e políticos". Já ia perguntar se políticos não são pessoas, mas, deixa pra lá.
Para terminar mais esta edição do "Quem lê tanta notícia", eu pergunto: Pelos pompons de Sheila Mello e pelas trancinhas de Gilmelândia, já repararam na pose daquela moça abraçada a um hidrante na capa da Playboy especial que está nas bancas? Então tratem de fazê-lo. Ah, se as revistas já tivessem cheiro?
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