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Infantil-->A rua dos encrenqueiros (ou: vai ter que mudar a sua vida) -- 28/05/2001 - 22:36 (José Pedro Antunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os nascimentos rareiam por toda parte? Leiam Astrid Lindgren!

Por Elisabeth von Thadden
Trad.: zé pedro antunes


Quando, na Suécia, os números de nascimentos passaram a cair drasticamente, o Ministro do Futuro, que convenientemente se chamava Carlsson [filho de Carl], um belo dia experimentou um certo desconforto. Colocou, então, os sábios do país ante uma questão de difícil resposta: Por que as pessoas deixaram de ter filhos?

Foi o que se deu no início dos anos cinqüenta, quando certas pessoas começaram a compreender que era errônea a concepção do então chanceler Konrad Adenauer, de que crianças, de um modo ou de outro, as pessoas sempre haveriam de tê-las.

Carlsson foi, ele próprio, sábio o suficiente para incluir entre os especialistas uma mulher, que, com dezenove anos de idade, dera à luz um filho, sendo obrigada, para ganhar o seu dinheiro, a entregá-lo aos cuidados de uma família. Astrid Lindgren o seu nome, talvez o único nome conhecido por todo mundo na Europa.

Já nos anos cinqüenta, quando do surgimento de Krachmacherstraße [Rua dos encrenqueiros], Karlsson e Die Kinder aus Bullerbü [As crianças de Bullerbü], os suecos se ressentiam da falta de herdeiros. Os livros de Lindgren, no entanto, são povoados de crianças: na Rua dos Encrenqueiros moram três irmãos; sete crianças em Bullerbü, nas pequenas propriedades rurais dos arredores; Lillebror, o amigo de Karlsson, é o menor de três irmãos; os vizinhos de Pippi, Thomas e Annika, são uma parelha; e Michel de Lönneberga também tem uma irmãzinha. E o universo que eles formam juntos é um universo em que as crianças não são de chamar a atenção por seu comportamento esporádico, sendo, na média, de arrebentar os nervos.

É de forma lacônico que a grande dama responde então à pergunta do Ministro: "as pessoas não vão querer ter crianças, se não puderem ficar junto delas". Tempo para as crianças, é isso o que o Estado deveria garantir aos pais. Enquanto, hoje, o governo sueco cria uma comissão destinada a coibir o stress que transforma os adultos em inimigos da criançada, em cada minuto livre nos debruçamos sobre os livros de Lindgren, como se as crianças fossem, sem tirar nem pôr, o normal. E não o objeto de esforços políticos especiais. E as crianças têm enorme apreço por esses livros, como se elas tivessem um tino utópico para esse projeto literário que se contrapõe a um mundo sem crianças - esse o significado da obra de Lindgren.

"Que quantidade de crianças eu tenho", ri o pai de Lotta, e "outra vez!" é o que se ouve gritar o menino de três anos. Os pais leitores, que insistem em achar o seu pequeno apartamento insuficientemente arrumado para receber casais sem crianças, se dão conta dessa ficção que é viver num mundo só de progenitores. É chegado então o momento mais do que preciso para que se ponham de lado as pastas de documentos. É Lotta, da "Rua dos Encrenqueiros", com o seu ursinho no braço, quem te olha nos olhos e diz: Você vai ter que mudar a sua vida."

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