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Cronicas-->2012 - A nível de por conta -- 18/03/2012 - 13:13 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ontem saiu uma matéria na revista Veja para tomarmos cuidado com o "por conta de", um modismo besta, há algum tempo vem predando a nossa língua; mais, deixo por conta de vocês. Olha aí, já fui impregnado e acontece rapidinho. Além dessa locução, o autor diz um pouco de outra - "a nível de". Quantas vezes ouvi a nível de colocação, a nível de prazo, a nível de Brasil, a nível de mulher e por aí afora, sempre a nível de alguma coisa. Parecia até uma coisa intelectual, assim a nível de inteligência e a nível de análise gramatical, peço - leiam a revista, página cento e quatro.
Cheguei a São Paulo com meu sotaque e trocando o éle pelo érre, principalmente depois do "c", claro, Cleusa. "Craro Creusa". Imaginem aprender "ingreis". E dá-lhe "crean, crass, engrish". Sobrevivi e com tudo isso, ainda dou aula de expressão verbal e comunicação em público, ensino direitinho. Por muito tempo conjuguei verbos com o famoso "prá mim". Passe a salada prá mim pegar ou o livro prá mim ler e prá mim daqui e de lá. Até uma moça, colega de trabalho, nos anos oitenta, fazer uma cara feia e dizer - mim não conjuga verbos. Virei e ouvi - Menino, utilize para eu, para eu e esqueça o mim, para eu não precisar te corrigir mais. Ainda assim a ficha caiu bem depois, mas caiu. Passei a corrigir as pessoas, um deles trabalha comigo e já está livre do mim. Não de mim, somos irmãos camaradas.
Outro, além do mim, era o dono da verdade, pois sempre começava uma frase com o "na verdade", às vezes, substituindo por "na realidade". Cheguei a contar mais de uma dúzia, entre verdade e realidade, numa reunião nossa, menos de meia hora. Na verdade, a realidade dele é que era um enrolador contumaz e nem vermelho ficava. O ruim foi alguns colegas acharem correto e na verdade e na realidade nos levarem a lugar algum. Tive um combate de bastidor bastante ardido, mas acabei com isso, de verdade. O bom de tudo é que ele já não está mais conosco.
Outra praga foi a do gerúndio, dos três verbos - eu vou estar fazendo, vou estar te entregando, prá que possa estar corrigindo. Na verdade, a nível de muleta e por conta de uma maioria do telemarketing, nunca tínhamos resposta para nada - O senhor aguarde, vou estar transferindo para o atendimento, que vai estar respondendo esse assunto... Ai ai, melhor parar. Na empresa temos um com uma frase boa, para se livrar de compromisso. Pessoal, a nossa meta de produção é "X" e ele responde - Vamos buscar... Pronto, resolvido - Vamos buscar... Pior seria - Vamos estar buscando...
Já ouvi muito "menas", onde o menos seria mais e muita perda virou "perca". São problemas "de menor", mas não "de grátis". Eles causam um "ruído" na comunicação, assim como o verbo "quéco". Quéco faça isso ou quéco veja esse problema, muitas vezes "pobrema" mesmo. Oi, tudo bem, que aconteceu? - Não se preocupe, pois a nível de joelho, foi uma operação bem simples. Engoli em seco e desejei boa recuperação. São todos meus amigos até hoje, só que no entusiasmo legaram: "anote, é uma escada de cinco degraiss.."; outra, "me manda quatro peneiss pro caminhão..."; mais uma, "puxa, hoje deve estar mais de trinta graaiisss, que calor..."; e essa, "Jairão, gosto mesmo é dos póstos Shééisss..."; fechando, "a perca é menas do que parecia...". Foram equívocos ocasionais, engraçados só.
Sem graça fica a nossa língua com tudo isso, mas, de dezoito de três de doze, vou estar tentando não cometer um por conta de, a nível de escrita e fala, craro!
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