Tenho considerado todos os seus e-mails, cerca de uma vintena deles, porque, venham de quem vierem, são simpáticos, educados e sobretudo correctos.

Todavia, sempre que respondo, levo infalivelmente com o retorno: MAILER-DAEMON@ yahoo.com - failure notice.

A minha última resposta, foi do seguinte teor:

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Ex.ma Menina:

Bem, se Você me ama sob o excepcional prisma que transcende a vulgaridade da expressão, caramba-carambinha, meu ego sai para fora do peito, toma asas de condor e vai pelo céu fora sem se importar qual seja o destino de tão esplêndida emoção. É bom-bom sentir um tal alento.

Mas, em realidade, a Luciana, pelo meu currículo, sabe concerteza que eu sou um homem de 67 anos e que ali, já adiante, ao voltar da esquina, tenho à minha espera a enlutada dama do destino, que almejo seja simpática e o mais agradável possível comigo. Essa, a dos "velhos são os trapos", para mim, é só treta anódina que em maioria intenta é meter as mãozinhas no bolso do velhinho ou da velhinha.

Se a menina é a mesma pessoa que tem persistido, estoicamente até, em enviar-me simpáticos e-mails, creia, a todos tenho respondido, só que, o sistema indefere-os e são-me devolvidos. Tão pouco o meu programa permite abrir as imagens que têm vindo anexas.

Nesta último ensejo, tentei mais uma vez, e desta feita tenho aqui presente a sua foto: Você é uma garota bem gira, simpática, elegante, quiçá merecedora de lograr um belo futuro e uma excelente vida.

Um abracinho de Portugal, e a rimar, praza que em qualquer circunstância a atmosfera de Natal a inspire para bons e reais horizontes.

Torre
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Ora, das duas, uma: alguém se está divertindo comigo procurando iludir-me, porque assim presume e com isso possivelmente se diverte imenso, ou, à partida, a emissão das mensagens comporta lapso identificativo que não permite a recepção das minhas respostas.

Se propositando intuitiva má fé, tem logrado o quê? Tem logrado tão-só provocar uma estúpida trabalheira a ambos. Outrossim, se muito goza em empurrar-me para a beira dos asnos, oh, nunca, como agora, apreciei tanto os simpáticos e pachorrentos coleguinhas desta vida. Só que eu estou em nítida desvantagem: não posso dar mesmo um coice a sério e, claro, também não vou ao ponto de dar um soco no monitor.

Assim procedo, porque entendo, sem explicar porquê, que assim devo proceder. Se me mostro lícito em demasia, que o preconceito se encarregue de me dar cabo da licitude que orgulhosamente exubero. Há infelizmente milhões de indivíduos que, sem lucro material algum e até com prejuízo próprio, "deliciam" seu espírito a perturbar outrem. Paciência, pedra mor de toda a ciência.

De resto, este escrito, pelo menos, fica a servir de aviso-profiláctico aos que nas lides da Usina se vão empenhando com seriedade pedagógica.

Saravá.