De São Miguel como não ser, se sou desde mil novecentos e cinquenta e quatro e permaneci nela integralmente dezesseis anos. Saí, mas ela não saiu de mim e me chama sempre, nem pelo passado, mais pelo que virá. E não é mais do mesmo, é sempre um mesmo diferente, portanto é sempre mais de ser São Miguel. Viu, sexta nove, levarei coisas para o Mike, falei pro meu sócio e minha equipe e ainda peguei o caminhãozinho da empresa. Nem pó ouvi. Marquei pelas dez em casa, a chuva não atrapalhou o colocar das coisas, cobrimos e amarramos e dá-lhe Castelo, eu na frente, o mercedinho atrás e bate papo co´a Edna. Duas horas e tantas, chegamos, viramos o Dante, tempo já bão. Foi só descarregar, liberar os meninos, almoçar e colocar as coisas no lugar, para o evento importante do dia - Comprar uma televisão assim, assim ó, ó, prá quem vocês já sabem...
Descemos para a praça, primeiro uma passadinha, um Oi ao próprio São Miguel Arcanjo e como sempre, uma fezinha na loteria do Robertinho e Maria Luiza. Passadinha na Banca, sempre um Oi prá Heloisa e o Jean, chocolate na Cacau, depois no Zé Jorge. Onde e quando, o Mike comprou a sua televisão grandona. Melhor de tudo, as pessoas me atenderam bem demais, com desconto e tudo. Ótimo demais, entregaram na mesma hora, com instalação na parede e acerto dos canais. As coisas que levei mais a compra da tevê, quase fechei aquilo pedido na cartinha, já mostrei aqui mesmo e dei uma relaxada. Poderia ter dado uma volta pela praça, mas, um bacalhau fritinho na hora vai bem e depois dormi. Tinha os jornais locais para ler e li.
Sábado, mais da Dona Cida é sempre ter um joguinho para conferir e de São Miguel é descer à praça, que devo dizer está linda. Já mais das onze, sem jornal novo, conferi e refiz o jogo e, claro, fui tomar café na Casa da Praça. Vamos ali ver o coreto e o presépio, quando dei com o Góes. O Góes é formidável, ó carcule o tanto, diria meu pai e digo eu. Um aperto de mão e como vai. Encontrá-lo é sempre um prazer, pois sua gentileza e seu jeitão fazem da vida bem melhor. Ele contando da sua viagem à Terra Santa foi um marco e uma grande emoção, a qual extravasei ali mesmo, só de ouvi-lo falar da peregrinação e da missa participada naquele mundo e ao mundo. Eita Góes, só de São Miguel para sabê-lo. Pedi um abraço e umas fotos. Ganhei os dois e mais a lembrança desse momento.
Saí pela praça, encantado, disse - Vou tirar fotos e registrar a manhã de meio dia, está tudo muito bom e bem. Aí, a Edna lembrou um item a comprar e voltamos ao Zé Jorge, para ver um armarinho, negociamos e também foi entregue na hora. Foi surpresa, mas estava na lista também. Subindo a Cónego Francisco, parei na loja do Anderson. Ao sair, ouvi um tó tó, me pareceu ser o Toninho Marmo e era. Depois, ele passou na minha mãe e deixou uma lembrança da sua tarefa, perguntei do San, diletas memórias. Meus irmãos também chegaram. Oi e oi, nossa quanta criança. É, lá em casa é assim.
Ainda fui ver a casa da minha irmã Parecida, de nome Maria Aparecida, na Vila Rica. Gostei do que vi e voltei almoçar. Chegou a hora de vir embora. Tanto tempo já por São Paulo, Piracicaba e alhures, bom dizer e ser de São Miguel. Então, onze de doze de onze, digo - É bom ser de São Miguel!
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