Quem não da conta de um
Não vai dá conta de dois
Parece um masoquista
Sentindo a dor depois
Como gosta de apanhar
Nem preciso me esforçar
Basta o feijão com arroz.
Prepara os curativos
Porque o pau vai comer
Ainda não me zanguei
Mas já começo a bater
Vai precisar de ajuda
Será um Deus nos acuda
Melhor é pagar pra vê.
Zéferro apanha demais
Ao me vê sai correndo
Seu rastro fica pra trás
Quem pisar sai fedendo
Já está traumatizado
Fica no quarto trancado
Sob a cama se escondendo.
Nessa eu vou concordar
Mestre Almir é porreta
Com apenas uma mão
Usando apenas muleta
Acaba com tua fama
Joga teu verso na lama
Manda-te para o capeta.
As calcinhas que cê viu
Era do teu enxoval
A camisola rendada
Tirei do teu embornal
Foi pra mostra pra Lili
Pra juntos a gente ri
Do teu desfecho final.
Maricas que usa peixeira
É só para afiar as unhas
Cacete é pro próprio uso
Bicha gosta de mumunhas
A foice é pra enganar
Pois nunca pode usar
Nisso tenho testemunhas.
Pra bater em cabra frouxo
Não preciso nem de reza
Meu padim deixo fora
No ferro faço uma fresa
Mentira tem perna curta
Da verdade não se furta
Mané a verdade preza.
Canta de galo quem pode
Em cima dum fariseu
Quem só fala em viado
Vai ver que já muito deu
Garanto-me como macho
Zéferro logo despacho
Pra onde ele se perdeu.
Tua mão ficou inchada
Foi de bancar a boneca
De tanto desmunhecar
Inchou a tua a munheca
Engessou toda manhosa
O gesso era cor de rosa
Bicha levada da breca.
Manezinho de Icó.
Se Zéferro num dá conta nem de um, como poder querer bater em dois? Como sou teu amigo, depois vou te visitar no hospital. Manezinho pede desculpas por bater tanto no mestre, sabe como é: Bato no maior respeito.
