Ó mãe...
Negra, que de outroras dores, não há pecado!
Dizes-me porque o teu povo continua vagando.
Deixado no seio pátrio dessa terra, sem pão e nem água.
Sob analfabetos de raças, sob precursores de horrores.
Ó mãe...
Sob o ypiranga ainda se ouve gemidos...Agora são de fome.
E o esse povo sangra calado e morre apressado, num colo qualquer. Ainda que a noite, espere do novo dia, que os errosdo verbo, sejam sonhos nessa realidade, onde os covardes a espreita negociam a nossa miséria.
Ó mãe negra, por favor, ostenta o teu filho sob esse colo pálido,ainda que o brilho lhe falte aos olhos, ainda que a esperança lhe sangre o peito. Pois que o inverno e as árduas caminhadas, dentre as escuridões, não será eternidade.
Ó mãe negra,
Não lamentes a dor da história, pois as verdades estão tatuadas na fibra da luta, dos sofrimentos, dentro das veias, fincadas na terra e nos desejos de um dia.
Portanto, não desesperes, não chores ao sangue derramado, as injustiças ainda vilipendiadas e com certeza, as mortes outorgadas. Pois são operários, os seus filhos, são meninos abandonados, são tantos outros... Sofridos.
Ó mãe
O horizonte que viceja a cada pôr do sol, ainda é O mesmo que fulgura o clarão da América. E tão longe vá a nossa loucura, com certeza não se pode ostentar a ânsia da vida nova, que essa juventude espelha. |