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Cronicas-->2011 - Sessenta e Sete -- 15/10/2011 - 17:59 (Jairo de A. Costa Jr.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sábado oito de outubro, cinco da manhã, eu estava em frente à Igreja de São Miguel e saí rumo à Iguape, com a maior vontade do mundo de chegar lá, a pé. Porém, devo dizer - meu número é sessenta e sete quilómetros, quando minhas pernas me abandonaram e me travaram. Fiquei ali parado e dei um tchau pros meninos, eles entenderam e vieram me buscar. No sábado, andamos doze horas e meia, completamos cinquenta e quatro quilómetros, segundo os meninos, não deixa de ser uma boa marca e até que aguentei bem. No domingo, andamos três horas e quinze, treze quilómetros, quando não mais saí do lugar...
Pela minha folha de dados, apelidada de gepeésse, parei em Ribeirão da Serra, uma subidinha, depois de uma reta de uns dois quilómetros. Sabem, você não pensa em parar, só em continuar, mas, parece que o corpo fala - Chéé, melhor parar mesmo, este meu dono não está pronto ainda. E é verdade, depois que parei não conseguia nem chegar ao carro, uns metros adiante, tirar o tênis, nem pensar. Só rindo de mim, pois eu achava que tiraria de letra. Não cheguei nem no cê.
Os meninos, todos menos de quarenta, me ajudaram, eu mal levantava as pernas, principalmente a direita, pior delas, embora da mesma idade. A meu pedido, fomos à Iguape, de carro mesmo, onde conversei muito com Bom Jesus e pedi desculpas por ter feito só um terço do trajeto a pé. Prometi me preparar melhor e fazer os dois terços restantes, em janeiro próximo. Ajudou um pouco que subi as escadas de joelhos, acompanhando o Marco e o Carlinhos. Ele me olhou bem e eu entendi a responsabilidade. Assisti ao final da missa, com Ele me olhando. Não fiquei menor, porque já estava ao chão. Consegui tomar a comunhão e pedi para voltarmos. O Diógenes, com a maior paciência do mundo, tomou o rumo de casa, com uma paradinha em Sete Barras. Ao subir a serra, quietinho ali no banco de trás, admirei-me cada vez mais daqueles que fazem a caminhada de vez só.
Pelas quatro, chegamos em casa, aquela sensação de "não deu", confirmada por mim que não conseguia sair do carro, tão travado estava. E ninguém podia ajudar, eu tinha que ser por mim mesmo. Se me puxassem, eu não tinha apoio nas pernas. Saí pelos braços e me arrastei até uma cadeira à mesa, onde ficamos conversando até mais tarde. Ajudou-me uma bacia de água quente e pouco sal. Dona Cida colocou o almoço e ficamos lembrando das passagens do sábado dia inteirinho e noite na Reservinha. Apesar de um terço só, tem coisas. Depois, depois.
O pessoal foi se chegando, todos até que inteiros e eu, sem posição. Uma chuveirada quente e fiquei quieto ali vendo o Fantástico, pensando e só rindo de mim, que me achava prontinho, nem de longe. Levantei segunda e falei prá Edna - Vambora. Ela veio dirigindo, cheguei em casa com a perna direita travada e com o título de campeão mundial de pé com bolhas. Da assadura nem falo.
Como tirei a semana de férias, fiquei me cuidando. Só vim andar direito na quinta, haja Calminex. Para as bolhas, Anti+Séptico Hertz e Rifocina Spray. Segunda, já posso voltar a trabalhar. Pensei escrever antes, mas, estava a pensar o que. Nada demais, a não ser a verdade. Bom pessoal, também peço desculpas a vocês, mas, com a independência das minhas pernas não deu e neste sábado de frio e chuva, quinze de dez de onze, agradeço a comum ansiedade e o apoio, com um beijão.
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