Fui pai em oitenta e depois em oitenta e dois, Lígia e Guilherme. Desde então, eu e a Edna nos completamos. E cada um vem cumprindo seu papel, na construção de uma família, se não um exemplo, mas consciente da sua razão de ser. Na hora certa, estabeleci acordos com cada um. Faça a sua parte, farei a minha. Por isso, tenho advogados, graduados e pós graduados, aqui em casa. Os acordos foram cumpridos à risca, fui um cobrador contumaz. A Edna também, e mais, apoiadora inexorável. Até hoje, na segurança, somos abridores de portão. Nem causa mais, faz parte da nossa convivência e daquilo que queremos. Apenas ser e querer. Pais e Filhos.
Claro que tropeções ocorrem, na maioria levo - Ê pai, tá causando! Menos, menos pai... Assim assim, estamos indo e vindo, nas nossas idas e vindas. E de quando em quando, eu manifesto como eles são importantes para mim, ao menos, um abraço e um beijo. Agora mesmo, eles estão lá em cima cuidando da suas vidas e das suas vontades. Oi Lígia, tudo bem, quem te trouxe? As meninas, pai. Eee, tá tudo bem. E o Guilherme ainda dorme, deve ter deitado tarde. Mesmo assim, falei um Oi. E prá Esther, oi também.
Dois meses prá cá, tenho negociado a composição societária da empresa, adivinhem quem cuidou de tudo, que é jurídico. He he. Foram eles. Achei o máximo e não perdi uma vírgula sequer. Corrigiram todos os senões e entretantos. E ainda compreenderam a minha ignorància, só vendo.
Merecem mais que poesias, embora eu já tenha feito algumas. Uma do Guilherme é assim: "Nunca se esqueça meu eterno menino, que, talvez, não pareça, mas sou seu fã, desde pequenino. Digo mais e agora, quero registrar meu rei, sem perder a hora, eu sempre te amei. Embora pareça quieto tem belo humor, nunca pensa em veto, só apoio e amor. Menos é mais, basta seu sorriso matreiro, que nunca é demais, eu já fico todo faceiro. Enfim, tudo prá chamá-lo de meu amor."
Tem para a Lígia: "Sapeca, bela alma, levada da breca e não é calma. Mas tão sensacional e tanto amorosa, que me deixa tal, quase prosa. A todos à mão, como sói, nunca diz não e a ninguém dói. É só olhar e sem nenhum temor, nem tergiversar, dizer-lhe - Meu amor!". Coisas de pai e de mãe. Nunca é demais chamá-los de amor, pois eles são mesmos.
E o bom de tudo é ter motivos para escrever esta crónica, poderia ser mais longa, mas, creio que entenderão não ser preciso. Tê-los é o que importa, hoje, nove de julho de onze, e sempre. Thepai!
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