Estamos no cordel cantando a musa
No clássico de Camões é pedantismo
Prefiro o popular que o vate usa
Pra todos entenderem o romantismo
Poeta que age com o coração
Solta palavras e enaltece a vida
Não fica inventando a emoção
Orgulhando-se de magoar ferida.
Da coisa simples nasce o pensamento
O poeta não inventa seu engano
Apenas liberta do peito o sentimento
Para causar emoções no ser humano.
O verso surge livre como o vento
Aflui das mais belas fontes inspiradoras
Foge do peito poético seu momento
Para alegrar as mentes sonhadoras.
Quem no orgulho se engrandece
Um filho de musas se achando
O dom da poesia não merece
Só seus complexos vai mostrando.
Sendo cego pensa ver o impossível
No amor que não lhe é destinado
É imperioso no seu gesto incrível
Sofre o engano como cão danado.
Manezinho de Icó – Apartei esses versos porque num vou mais escrever assim. Meu eleitorado costa quando escrevo simples e popularesco. To mais pra Patativa do Assaré e Zé limeira, do que para Camões e Tomás Antônio Gonzaga.