Oi Fictícia
Me desculpe por ter ido embora sem me despedir na celebração de domingo.
Não gosto deste tipo de celebração. Fui somente em consideração e solidariedade,pois só quem passou por isso é que sabe como é penoso e difícil esses momentos.
Sabe Fictícia, quando perdi meu pai, a coisa mais difícil é aceitar o fato de que ele não mais existe, tudo em relação a ele não tem mais sentido. Suas coisas, seus documentos perdem a razão de ser. É como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado me fazendo sentir sua falta.
Quando acordava de manhã para tomar café, não queria aceitar o fato que ele não estava mais ali, podia até mesmo ouvir a sua voz mas quando
voltava meus olhos o lugar estava vazio.
A noite quando voltava do trabalho, procurava por ele para contar as novidades e não o encontrando perguntava: - Onde está o pai ? E me respondiam:- Ele não está mais aqui. Ao ouvir aquilo sentia um aperto na garganta e meus olhos se nchiam de lágrimas.
Já faz muito tenpo que isso aconteceu, mas quando relembro, sempre me volta as emoções e a vontade de chorar.
Fco
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