Usina de Letras
Usina de Letras
25 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62298 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22541)

Discursos (3239)

Ensaios - (10393)

Erótico (13574)

Frases (50689)

Humor (20042)

Infantil (5462)

Infanto Juvenil (4786)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140827)

Redação (3311)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6215)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O golpe do baú -- 30/06/2003 - 12:04 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma prova de que Cristo existiu! Em outubro passado foi mundialmente divulgada a descoberta de uma urna de ossos do primeiro século da era cristã com a inscrição “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. A peça tinha sido comprada na década de 1970 por um colecionador israelense. A revista “Biblical Archaeology Review” publicou um estudo do especialista em aramaico (a língua falada no período) André Lemaire, da Universidade de Sorbonne, em Paris. Mas agora, o diretor da Autoridade Israelita das Antiguidades, Shuka Dorfman, afirmou que a inscrição é um trote. “O ossuário é real. Mas a inscrição é falsa. O que significa que alguém pegou uma urna verdadeira e forjou a inscrição, provavelmente para dar a ela significado religioso”, disse.

O arqueólogo Gideon Avni, que presidiu o comitê de especialistas que investigou o caso, afirma que a equipe concluiu que a pedra com que a urna foi construída era mais comum no Chipre e no norte da Síria do que em Israel. “Mesmo que o ossuário seja autêntico, não há razão para assumir que os ossos do irmão de Jesus tivessem estado nele”.O relatório diz que a inscrição no ossuário rompeu a camada de “oxidação” — ou envelhecimento natural — da pedra, além de parecer caracteres modernos, escritos por alguém que tentou reproduzir o antigo aramaico. A pesquisa não conseguiu descobrir a data exata em que a inscrição foi feita.

Câmaras mortuárias de calcário eram comumente usadas por famílias judias entre 20 a.C. e 70 d.C. para guardar os ossos de seus entes queridos. Desde a revelação, alguns acadêmicos duvidaram que a caixa pudesse ser definitivamente vinculada a Jesus. Tiago, José e Jesus eram nomes comuns na antiga Jerusalém, que possuía cerca de 40 mil habitantes.

Não há provas documentais da existência efetiva de Jesus. Nenhuma prova física do primeiro século foi conclusivamente vinculada à vida de Jesus. No Antigo Testamento, alguns profetas anunciam que um “ungido” (Cristo, em grego) reassumiria um dia a liderança do mundo judeu. Mas a história de Jesus, que não deixou nada escrito, é registrada no Novo Testamento, que é composto de três tipos de documentos: cartas, evangelhos (que são as quatro biografias de Jesus) e os apocalípticos.

O evangelho de Marcos é considerando o mais antigo, escrito provavelmente em 90 d.C, mas contendo material central de 70 d.C. Não se refere ao nascimento, genealogia e infância de Jesus. Os evangelhos de Mateus e Lucas foram escritos a partir do evangelho de Marcos, ao qual adicionam palavras e adágios de Jesus e detalhes históricos. Mateus e Lucas se contradizem mutuamente sobre a genealogia de Jesus. Apenas esses dois evangelhos abordam o nascimento, infância e ancestralidade de Jesus.

Jesus é freqüentemente chamado de “Jesus de Nazaré”. Esta cidade não existia nos primeiros séculos anteriores à era Cristã e nem no primeiro século da era Cristã. No evangelho de João, Jesus é praticamente um espírito, do princípio ao fim. Seu início é poético (cito a Edição Pastoral). “No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus” (...) “E a Palavra se fez homem e habitou entre nós”. O evangelho de João foi compilado por volta de 110 d.C. Os milagres relatados nele se confundem com milagres atribuídos a Dionísio, transformando água em vinho, ou às curas de Asclépio (deuses gregos).

Os outros escritos do Novo Testamento tiveram por objetivo propagar o cristianismo, não sendo portanto documentos descompromissados com a história que queriam divulgar. Historiadores judeus e pagãos fazem referências aos cristãos, e não a Jesus. John E. Remsburg, autor de O Cristo: uma revisão crítica e análise de sua existência, lista os seguintes escritores que viveram durante a época, ou até um século após a época, em que Jesus teria vivido: Josefo, Filon de Alexandria, Plínio (o Velho), Arriano, Petrônio, Díon Pruseus, Paterculus, Suetônio, Juvenal, Marcial, Pérsio, Plutarco, Plínio (o Moço), Tácito, Justus de Tiberíades, Apolônio, Quintiliano, Lucanus, Eptectus, Hermógenes, Sílio Itálico, Statius, Ptolomeu, Apiano, Flegon, Fedro, Valério Máximo, Luciano, Pausânias, Floro Lúcio, Quinto , Cúrcio, Aulo Gélio, Díon Crisóstomo, Columella, Valério Flaco, Dâmis, Favorino, Lísias, Pompônio Mela, Apiano de Alexandria, Teão de Smyrna. “Nessa massa de literatura pagã e judia, fora duas passagens falsificadas de um autor judeu e duas passagens discutíveis em trabalhos de autores romanos, não foi encontrada nenhuma menção a Jesus Cristo”, escreve.

Com a destruição da fraude envolvendo a arca atribuída a Tiago, continua a falta de referências à existência física de Jesus, a não ser as narradas nos evangelhos, que não foram escritos no período que ele teria existido.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui