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Cordel-->Manezinho de Icó Agradecendo a aula do professor Zéferro. -- 14/06/2002 - 00:44 (Manezinho de Icó) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Manezinho de Icó Agradecendo a aula do professor Zéferro.


Zéferro já to assentado
Mas não gosto de escola
No meu cordel faço a bola
Já me acho premiado
Com o estro refinado
Para meus versos fazer
Posso contigo aprender
Não tenho constrangimento
Não guardo ressentimento
Ainda vou te agradecer.

Mas o mestre de verdade
O aluno não humilha
Apenas mostra a trilha
Quando tem capacidade
Na mais pura humildade
Os grandes agem assim
Justificando o seu fim
Quando querem ensinar
Não se engrandecem ao falar
Provocando um estopim.

Se eu te falei besteira
Foi você quem provocou
Quando o cordel começou
Na quadra sem galopera
Eu respondi na carreira
Do jeito que sempre fiz
Não precisa passar giz
O que falei ta falado
No papel já foi passado
Quando empinei meu nariz.

Eu posso até te agradecer
Algumas das tuas correções
Parece ter boas intenções
Mas não concordo com você
Depois eu explico porque
Algumas posso concordar
Outras eu vou discordar
Minhas palavras eu escolho
Como pimenta no molho
E ninguém pode mudar.

Não vou aqui me alongar
Em discussão gramatical
Faço um cordel informal
Sem métrica vou cordelar
Sou assim não vou mudar
Preocupo-me com a rima
Nisso o meu verso prima
Confesso não sou estudado
Escrevo o cordel pensado
Na inspiração crio o clima.

Quando faço meu cordel
Eu faço com alegria
Desempenhando a porfia
Na boca eu sinto o mel
Escrevendo estou no céu
Não ligo muito pra crítica
Não é uma boa política
Só xingo se sou xingado
Não posso ficar calado
Respondo na cordelística

Você é muito prepotente
Acha-se o rei da cocada
O presidente da empada
Um sujeito imponente
Será que você é gente?
Se sacrificando assim
Sabendo que sou ruim
Perdendo tempo à-toa
Pra gente que não é boa
Ensinando esse Tiquim.

Meu cordel não muda nada
Como quer o professor
Agradeço o teu favor
E a atenção dispensada
Eu continuo na parada
Escrevendo do meu jeito
Com muito amor no peito
Meu verso vai afluindo
Meu leitor sempre sorrindo
Mesmo cheio de defeito.

Ignorante eu não sou
Faço verso e sou lido
Também não fico ofendido
Com a opinião do professor
Um grande Apreciador
Do cordel metrificado
Que já nasce engessado
Mas nunca é espontâneo
Nesse eu dou um banho
E o deixo acimentado.

Meu amigo incordelista
Não sabe o que é poesia
Pois não sente a alegria
Das regras é especialista
Fazendo cordel autista
Fica escondido num ovo
Não é feito para o povo
Nesse difícil palavreado
Num linguajar enrolado
Tem que começar de novo.

Se a ralé for o meu povão
Agora o amigo acertou
Escrever Pra eles eu vou
Colocando o coração
Não mudo minha opinião
Pode ficar no seu mundo
Que te falo em um segundo
Do meu ramo você não é
O jeito que trato mulher
E com um amor profundo.


Pode ser o professor
Que serei o aprendiz
Agindo como um petiz
É o bastante o que sou
Mudar em nada eu vou
Escolha a arma que quiser
Que te mostro como é
Bato até no teu terreiro
Acabo o teu galinheiro
E liquido o galo Zé.

Eu penso o mesmo de ti
Que o duelo começou
Foi o primeiro que xingou
Quando eu falava com Lili
Por isso que digo aqui
Danço a música que toca
Cara feia não me invoca
Na arte de ser cavalheiro
Querendo sou o primeiro
Mas mudo se me provoca.

Eu aceito tua condição
Nunca fugi duma luta
Mesmo com um batuta
Que é mestre do cordão
Professor lá do sertão
Mas me aceite com eu sou
Um cabra que não estudou
Fazendo apenas o primário
Cantando como um canário
Fazendo verso com amor.


Manezinho de Icó –

Devolvendo a gentileza que o prezado conterrâneo me enviou, e achando que como o ilustre Zéferro é mestre e professor; merece dez vezes mais, tudo isso que escreveu pra mim. Com os meus agradecimentos.




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